Roma - Sensibilizado pela crise hídrica global, o Papa Francisco aproveitou o Dia Internacional de Água, promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU), para pedir à comunidade internacional que procure proteger esse bem e garantir seu acesso universal. O apelo foi feito ontem, durante discurso pronunciado após a reza do Ângelus, no Vaticano.
“A água é o elemento mais essencial para a vida e de nossa capacidade de salvá-la e compartilhá-la depende o futuro da humanidade”, profetizou Francisco, da janela do Palácio Apostólico.
“Encorajo, portanto, a comunidade internacional para que vigie as águas do planeta e que ninguém seja excluído ou discriminado do uso deste bem, que é um bem comum por excelência”, completou.
De acordo com o último relatório da Unesco, há no mundo água suficiente para suprir as necessidades de crescimento do consumo da população, “mas não sem mudança dramática no uso, gerenciamento e compartilhamento” desse bem. O documento informa que a crise hídrica global é fruto de má governança, e que ainda estamos distantes de um padrão de consumo sustentável. Se os padrões atuais forem mantidos, a previsão é que em 2030 haja déficit de 40% no abastecimento global de água.
Ainda ontem, o nível do Sistema Cantareira subiu para 16,6% na sua 16ª alta consecutiva, segundo boletim da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). Apesar das elevações, a chuva dos últimos meses conseguiu recuperar apenas a segunda cota do volume morto. Para superar a primeira cota, o sistema precisa chegar a 29,2%, ou seja, 0% do volume útil.