Por bferreira

Rio- Ao receber diagnóstico de diabetes tipo 2, não basta tomar remédios. O paciente precisa ‘entrar na linha’. Corrigir maus hábitos alimentares e fazer atividade física são atitudes fundamentais para o controle da glicose. Porém, uma pesquisa da Federação Mundial de Diabetes mostra que mais da metade dos portadores da doença não segue as recomendações médicas.

O estudo foi feito com médicos e pacientes de 26 países, incluindo o Brasil. Segundo João Paulo Iazigi, especialista do Hospital Mário Gatti, de Campinas, a maioria dos pacientes abandona logo nos primeiros seis meses a dieta e os exercícios.

Os motivos são vários: falta de disciplina, pouca força de vontade, baixo nível de preocupação com as complicações da doença a longo prazo e ainda a ausência de sintomas. “O diabetes é silencioso e o paciente não se preocupa em mudar. Contudo, a longo prazo, a doença causa cegueira e amputação de membros inferiores, além de problemas renais e cardíacos”, afirma Iazigi.

Ainda segundo o levantamento, os médicos acreditam que o sucesso do tratamento se deve 50% à medicação e 50% à mudança no estilo de vida do paciente. Além disso, 88% deles concordam que conversar na hora do diagnóstico muda o jeito como o paciente aceita a doença e adere ao tratamento.

FAMÍLIA É IMPORTANTE

Ainda de acordo com os especialistas, a dificuldade em mudar não é exclusividade dos portadores de diabetes. “Quantas pessoas fazem resoluções de Ano Novo e não cumprem? Cortar hábitos arraigados gera angústia e revolta em muita gente”, explica Walter Minicucci, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Quem também tem que colaborar é a família do paciente. Promover caminhadas conjuntas e introduzir novos alimentos no cardápio da casa inteira são essenciais para a autoestima dos portadores da doença.

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