Por tamara.coimbra

Quênia - Pelo menos 147 pessoas morreram e outras dezenas ficaram feridas, nesta quinta-feira, no ataque efetuado pelo grupo terrorista Al Shabab na Universidade de Garissa, no Nordeste do Quênia, informou o Centro de Operação de Desastres do governo do país. A princípio as informações eram que haviam 15 mortos e 30 feridos. As operações de resgate continuam no campus, onde há mais de 11 horas um grupo de terroristas se refugiou em uma das instalações universitárias com um número indeterminado de reféns.

Grupo mata cerca de 15 cristãos e faz reféns em universidade do Quênia

Um terrorista suspeito foi preso e 82 somalis que teriam conexão com o grupo foram detidos e outros dois mortos, segundo as autoridades. Além disso, mais de 500 estudantes foram resgatados, informou o serviço de operações de desastres um pouco antes das 13h (de Brasília).

Policiais auxiliam estudantes na saída da Universidade de GarissaReuters

O grupo militantes somali Al Shabaab, que tem ligação com a Al Qaeda, assumiu a autoria do ataque e disse que mantinha vários reféns cristãos. De acordo com o grupo, a ação é uma vingança contra a intervenção de tropas quenianas na Somália.

"Nós separamos as pessoas e liberamos os muçulmanos", disse à Reuters o xeique Abdiasis Abu Musab, porta-voz das operações militares do Al Shabaab.

"Matamos muitos. Vão ficar chocados quando entrarem", comentou um porta-voz do grupo militante.

Em outro comunicado, os somali Al Shabaab afirmam que a "Universidade de Garissa é origem de atividades missionárias e espalha ideologias erradas entre os muçulmanos do Quênia".

Os terroristas mantém reféns e há troca de tiros com as forças de segurança por mais de 11 horas. Policiais cercam o campus e tentam expulsar os militantes.

De acordo com o chefe da polícia do Quênia, Joseph Boinet, os agressores atiraram "indiscriminadamente dentro do complexo universitário". Entre os mortos há pelo menos dois agentes de segurança, informou a agência Efe.

Foto tirada com um celular mostra as forças de defesa do Quênia se movendo atrás de uma moita em GarissaReuters

O ataque começou por volta das 5h30 (horário local, 23h30 desta quarta-feira de Brasília), quando os atiradores entraram no recinto universitário e começaram a disparar indiscriminadamente e detonaram vários artefatos explosivos. Os atiradores conseguiram entrar nas residências do campus após enfrentar-se em um tiroteio com os policiais que protegiam a entrada desta área, explicou Boinnet.

As Forças de Defesa do Quênia e a polícia, que efetuaram uma ação conjunta no terreno, conseguiram, no início, evacuar três dos edifícios onde se alojavam os universitários. No entanto, o grupo armado se entrincheirou em outro dos prédios, onde tomaram como reféns um número indeterminado de estudantes.

Algumas testemunhas relataram ao jornal queniano "The Standard" que os atiradores entraram no campus quando os estudantes se preparavam para realizar as orações matutinas.

Desde que em outubro de 2011 o exército queniano entrou na Somália para combater o Al Shabab, o país foi alvo de constantes atentados terroristas, o mais grave deles no shopping Westgate, ocorrido em 2013 e no qual morreram pelo menos 67 pessoas.

Com informações da EFE e da Reuters

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