Por clarissa.sardenberg

Turquia - O acesso ao Twitter e ao YouTube foram bloqueados na Turquia nesta segunda-feira por uma decisão judicial baseada em queixas de indivíduos, segundo uma fonte da indústria de telecomunicações do país, para impedir a divulgação de imagens do promotor Mehmet Selim Kiraz, sequestrado por militantes de extrema-esquerda, que acabou morto durante ação da polícia para libertá-lo. 

A polícia turca prendeu na última quinta-feira 22 suspeitos de integrar a Frente Revolucionária de Libertação do Povo, organização de extrema esquerda e que reivindicou a invasão ao Palácio da Justiça, em Istambul. Os dois terroristas que sequestraram o promotor também morreram durante a ação policial. 

A Turquia bloqueou temporariamente o Twitter e o YouTube pouco antes das eleições locais em março de 2014, depois que gravações de aúdio que supostamente mostravam corrupção no círculo próximo ao então primeiro-ministro Tayyip Erdogan foram vazados nos sites. A decisão causou grande tumulto entre o público e atraiu duras críticas internacionais.

Procurador foi feito refém por grupo radical de esquerda na TurquiaReprodução Twitter

O órgão regulador de telecomunicações da Turquia não pôde ser contatado de imediato para comentar a medida desta segunda-feira, e não havia comunicado em seu website.

Os bloqueios acontecem menos de uma semana após um promotor de Istambul ter sido morto depois que forças de segurança invadiram o escritório onde membros de um grupo de extrema esquerda o haviam feito refém.

Segundo diversos jornais turcos, os bloqueios surgiram após fotos do promotor sendo mantido sob mira de uma arma terem circulado nas mídias sociais enquanto o cerco estava em andamento.

Um porta-voz da Presidência da Turquia disse também nesta segunda-feira que um promotor turco está buscando a proibição de sites de mídia social após a publicação das imagens na semana passada do promotor sendo mantido refém.

A Turquia entrou com cinco vezes mais pedidos de remoção de conteúdo junto ao Twitter do que qualquer outro país na segunda metade de 2014, segundo dados publicados em fevereiro pelo site de microblog. No ano passado, a Turquia endureceu leis que permitem que sites sejam bloqueados pelas autoridades mais facilmente.

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