Rio - Conhecida por aumentar o colesterol e ser prejudicial ao coração, a gordura trans também pode afetar o cérebro. Um levantamento norte-americano mostrou que o consumo excessivo de alimentos industrializados, como batata frita, margarina, salgadinhos, fast food e biscoito recheado, prejudica a memória dos homens entre 20 e 45 anos.
A pesquisa da Universidade da Califórnia analisou mil voluntários, nesta faixa etária, por meio de questionário sobre hábitos alimentares. Após respondê-lo, eles participaram de um teste de memória, no qual assistiram a uma sequência de 86 palavras e depois informaram se o vocábulo que estavam lendo no momento era igual ao anterior. Os cientistas perceberam que os entrevistados que ingeriam mais comidas com gordura trans apresentaram pior resultado: eles erraram 11 palavras a mais em relação aos que evitavam os alimentos com a substância.
Apesar de os pesquisadores terem analisado apenas homens, o mal também pode ocorrer com mulheres, diz a nutricionista funcional Carla Cotta. Ela afirma que a gordura trans é consistente e pouco fluida, o que provoca maior aderência desse elemento nos vasos sanguíneos. “Essa substância é difícil de ser quebrada e digerida, dificultando a circulação de sangue pelo corpo. Outra característica da gordura trans é liberar radicais livres no organismo. Essas moléculas danificam as células nervosas, o que interfere na memória”, acrescenta a especialista da Clínica Essendi.
Para evitar que esse transtorno ocorra, a nutricionista sugere a adoção de uma dieta rica em alimentos com substâncias anti-oxidantes, como frutas e vegetais. Carla destaca que essas comidas diminuem a quantidade de radicais livres do organismo, ajudando na proteção das células cerebrais ligadas à memória. “Além disso, as frutas e os vegetais repõem nutrientes fundamentais na dieta, que normalmente não têm em produtos enlatados”, ressalta a especialista.
Maus hábitos: inflamações no intestino
Os maus hábitos alimentares podem causar também inflamações no intestino. Pesquisa norte-americana fez uma experiência, durante duas semanas, de trocar a refeição dos americanos com a dos africanos. Enquanto 20 voluntários dos Estados Unidos tiveram que comer dieta com pouca gordura e rica em fibras, 20 pessoas de uma região africana comeram apenas fast food. No fim do estudo, os africanos apresentaram mais problemas intestinais do que os norte-americanos.