Rio - O Ministério da Saúde lançou uma campanha para alertar as gestantes sobre a importância de realizar exames que detectam HIV, sífilis e hepatites virais B e C. Além de garantir tratamento para as futuras mães, o diagnóstico precoce evita que elas infectem o bebê. Na cidade do Rio de Janeiro, toda a testagem é encontrada nas Clínicas da Família e Centros Municipais de Saúde.
A ação, que conta com vídeo e cartazes, é do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais (DDAHV) do ministério. Com o tema ‘Estes sorrisos são o resultado de um pré-natal completo’, a campanha orienta os pais a exigirem os exames durante o pré-natal. De acordo com a pasta, quanto antes as doenças forem detectadas durante a gestação, maiores as chances de evitá-las nos bebês.
Como O DIA noticiou na semana passada, entre 2009 e 2013 a taxa de incidência de sífilis em grávidas triplicou no Estado do Rio — de cinco por mil gestantes para 15 por mil. A doença pode causar abortos ou má-formações fetais. Além disso, os níveis em recém-nascidos dobraram no Rio — de seis por mil para 12 por mil. O principal desafio para tratar a doença, sexualmente transmissível, é cuidar do parceiro para evitar que a grávida seja infectada novamente. Ou seja, não adianta apenas a mulher se tratar. Ainda de acordo com a reportagem, um dos fatores que explica a alta nas estatísticas é justamente a recusa dos homens em se cuidarem. Muitos não aceitam parar de usar bebidas alcoólicas para tomar antibióticos.
Guilherme Wagner, superintendente da Atenção Primária da Secretaria Municipal de Saúde, alerta que, muitas vezes, essas doenças não apresentam sintoma na grávida. Segundo ele, na rede municipal os exames são feitos no mesmo dia em que se confirma a gravidez. “São doenças nas quais as mulheres não pensam no dia a dia. Elas podem estar doentes sem sentir, por isso é muito importante fazer os testes”, disse.
Guilherme lembra que o tratamento deve começar na gestação. No caso do HIV, por exemplo, a mulher inicia o uso de antirretrovirais e é acompanhada pela Clínica da Família e por maternidade referência em tratamento de gestante de alto risco. Além disso, diversos mecanismos são feitos na hora do parto para evitar a transmissão ao bebê. “Durante um tempo, controlamos a transmissão vertical, mas o uso do crack quebrou isso. São filhos de mães com HIV que não fazem pré-natal”.