Por bferreira

Síria - O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) tomou ontem praticamente toda a cidade histórica de Palmira, na Síria, após dias de combates com militares do país. O local é considerado Patrimônio da Humanidade pela Unesco, com ruas repletas de colunas e ruínas de templos e de teatros com dois mil anos de existência. A localidade também abriga instalações militares modernas e fica numa estrada deserta, que liga a capital, Damasco, às províncias do leste, a maioria já sob comando dos extremistas.

Colunas de construções com cerca de dois mil anos de existência dominam a paisagem em PalmiraEfe

Um dos prédios tomados foi a sede do serviço de segurança de Palmira. “O Exército, a oposição e a comunidade internacional precisam se unir para salvar a cidade”, apelou Maamoun Abdulkarim, diretor de antiguidades do governo sírio. Autoridades conseguiram remover centenas de estátuas históricas, para salvá-las do vandalismo. Outros locais históricos da Síria e do Iraque, com obras de arte milenares, já vêm sendo destruídos pelo EI.

A TV estatal síria informou que as Forças de Defesa Nacionais retiraram civis da área depois que grandes levas de extremistas entraram no local. Pelo menos 500 pessoas foram mortas desde o avanço do EI sobre o local, e a Síria bombardeou áreas no entorno. Milhares já fugiram. Em Damasco, ataques aéreos de origem não identificada mataram civis, entre eles um professor. Mais de vinte estudantes ficaram feridos.

O EI também vem conquistando territórios no Iraque. Na cidade de Ramadi, o governo começou a pedir que voluntários se juntem ao Exército e a milícias xiitas para tentar retomar o controle da região das mãos dos terroristas. O município fica a cerca de 100 km de Bagdá, a capital. Os Estados Unidos e o governo local têm treinado milícias e tribos locais após a cidade ter sido tomada no domingo.

Atualmente, mais de três mil milicianos xiitas ocupam a região a leste de Ramadi, na província de Anbar, uma região sunita. Pelo menos 40 mil pessoas fugiram da cidade nos últimos três dias, segundo a ONU.

Ordem para atentados

O governo dos Estados Unidos divulgou 103 documentos, alguns secretos até então, encontrados na casa em que o antigo líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, se escondia no Paquistão quando foi morto por militares americanos em 2011. São em maioria cartas a familiares e outras trocadas com membros da rede terrorista. Nelas, Laden mandava que a organização priorizasse ataques aos EUA.“

O foco deveria estar em matar e combater o povo americano e seus representantes. Deveríamos parar com ataques contra o Exército e a polícia no Oriente Médio”, escreveu numa delas.

A divulgação vem dias depois de o jornalista Seymour Hersh ter acusado o presidente Barack Obama de mentir ao dizer que o paradeiro de Laden foi descoberto por investigação. Segundo Hersh, o Paquistão o ‘entregou’ em troca de recompensa.

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