Por clarissa.sardenberg

Itália - A Corte de Cassação divulgou nesta quinta-feira (28) as motivações que levaram à absolvição do ex-premier Silvio Berlusconi no processo de prostituição de menores e abuso de poder, conhecido como "caso Ruby". Segundo os magistrados, são "confiáveis" os "elementos probatórios" que comprovam que Berlusconi não sabia da idade da jovem marroquina Karima el Mahroug, conhecida como Ruby. Para o tribunal, o "aspecto físico" da mulher e seu "modo de comportamento não traduziam minimamente sua idade efetiva".

Os juízes afirmaram ainda que "era um hábito da jovem fornecer dados falsos" e atribuir-se uma idade "diferente a cada vez, entre os 19 e os 27 anos".

'Aspecto físico' de Ruby e seu 'comportamento não traduziam sua idade', declarou tribunalReprodução Internet/Reuters

A Corte ainda determinou que Emilio Fede e Lele Mora, que organizavam as festas na mansão Arcore, se aproveitaram do dinheiro de Berlusconi e nunca contaram que Ruby era menor. De acordo com as motivações, "eles eram motivados pela possibilidade de retorno econômico" das festas - conhecidas como "Bunga-Bunga".

Entenda o caso

Em junho de 2013, Berlusconi foi sentenciado em primeira instância a sete anos de prisão por ter mantido relações sexuais em troca de pagamento com a marroquina Karima el Mahroug, conhecida como "Ruby", quando ela ainda não tinha completado 18 anos.

No entanto, em julho do ano passado, a Corte de Apelação de Milão absolveu o ex-premier porque não havia provas de que ele sabia a idade de Ruby. No dia 10 de março deste ano, a Corte de Cassação absolveu o ex-premier da acusação de prostituição de menores, rebatendo o pedido de prisão do procurador-geral de Milão, Pietro De Petris. Com a decisão, esse processo foi completamente encerrado pela Justiça italiana.

Berlusconi sempre negou as acusações e costuma dizer que promovia apenas festas e jantares em sua mansão, sem o envolvimento de prostitutas.

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