Por bferreira

Estados Unidos - Apesar de inusitado, o ato de a mulher comer a própria placenta após o parto tornou-se ‘moda’ recentemente, e teve até adesão de famosas. Mas uma pesquisa norte-americana mostrou que não há benefícios para a saúde na prática, seja qual for a forma de preparo do ‘material’. Cientistas alertaram ainda que faltam estudos analisando os possíveis riscos de ingerir esse tipo de ‘alimento’.

Os pesquisadores da Faculdade de Medicina de Northwestern, em Chicago, analisaram dez publicações sobre o tema. Não há evidências de que o consumo de placenta ofereça o que se alardeia: proteção contra depressão pós-parto; redução de dores; mais energia; boa performance na amamentação; elasticidade da pele; e maior vínculo entre mãe e bebê. Outro mito derrubado é o fato de o material ser fonte de ferro para a mãe.

“Nossa impressão é a de que as pessoas não estão tomando decisões baseadas em evidências científicas, mas em relatos da mídia”, disse uma das responsáveis pelo levantamento, a especialista em reprodução Crystal Clark.

Uma das formas mais comuns de ingerir a placenta é em forma de pílula. O material é cozido, desidratado, transformado em pó e encapsulado. As adeptas da prática devem manter as placentas em ambiente refrigerado e as entregar até 48 horas depois do parto a empresas que fazem as cápsulas. Essa foi a versão escolhida por Kourtney Kardashian, irmã da socialite Kim Kardashian, e pela atriz da série ‘Mad Man’, January Jones. Em janeiro, Kourtney postou foto das cápsulas no Instagram com a declaração “Pílulas de placenta. Não é piada. Eu ficarei triste quando acabar. Elas mudam a vida”.

Classe média e nível universitário

Pesquisa publicada na revista científica ‘Ecology of Food and Nutrition’, em 2013, mostrou que a ‘placentofagia’ é praticada, principalmente, entre mulheres brancas, casadas, de classe média, com formação universitária. Também é popular entre mulheres que escolhem ter seus bebês em casa, segundo o estudo.

A placenta passa nutrientes da mãe para o bebê e contém ferro, hormônios do pós-parto, como progesterona e oxitocina, além de material genético dos pais e da criança. Isso justificaria a fama de benéfica. A prática é também comum entre animais.

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