Por felipe.martins

Sarajevo - Os inúmeros conflitos armados espalhados pelo planeta representam a Terceira Guerra Mundial. O alerta foi feito ontem pelo papa Francisco, durante uma visita à cidade de Sarajevo, na Bósnia e Herzegovina, onde ocorreu um grande massacre em 1994.

Em sua homilia, Francisco ressaltou que o clima de guerra vivido pela Humanidade é “criado e fomentado pelos que especulam com a venda de armas”.

“Vivemos numerosos conflitos armados. É um tipo de Terceira Guerra Mundial combatida em ‘pedaços’’’, afirmou o líder da Igreja Católica em uma missa no estádio de Kosevo, diante mais de 65 mil pessoas. No mesmo local, em 1997, o papa João Paulo II também celebrou uma missa.

“Hoje, caros irmãos e irmãs, sai mais uma vez desta cidade o grito do povo de Deus e de todos os homens e mulheres de boa vontade: guerra nunca mais”, conclamou. “Guerra significa crianças, mulheres e idosos em campos de refugiados. Significa deslocamentos forçados, casas, ruas e fábricas destruídas e, principalmente, vidas despedaçadas. Vocês sabem bem disso, porque vivenciaram isso aqui”, comentou o Papa.

De acordo com Francisco, “a paz é obra da Justiça”. “Não uma Justiça declamada, teorizada, planificada, mas sim, uma Justiça praticada, vivida”. Antes da missa, o Papa se dirigiu ao Palácio Presidencial para participar de um encontro com autoridades locais, entre elas o mandatário Bakir Izetbegovic. Francisco se reuniu com representantes de três comunidades locais: muçulmanos bósnios, sérvios ortodoxos e croatas católicos. Em uma mensagem de paz, o Papa apelou aos líderes que se empenhassem em “passar de uma cultura de confronto e guerra para uma de encontro”.

“É um tipo de Terceira Guerra Mundial em ‘pedaços’’’, afirmou o PapaEfe

“Temos tanta necessidade de nos opormos às barbáries dos que fazem de todas as diferenças ocasiões e pretextos de violência”, ressaltou o Papa, que também soltou três pombas brancas da janela do Palácio Presidencial.

Às autoridades políticas e religiosas, ele pediu o tratamento igualitário a todos os cidadãos diante da lei, sejam eles de comunidades étnicas, religiosas ou geográficas diversas”.

“Assim, todos se sentirão parte da vida pública, gozando dos mesmos direitos e poderão dar sua contribuição ao bem comum”. Francisco também visitou lugares do massacre de Markale, em 5 de fevereiro de 1994, que matou 68 civis e feriu 200. O líder da Igreja Católica embarcou ontem de volta ao Vaticano.

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