Por clarissa.sardenberg

Irã - O governo do Irã lançou oficialmente nesta segunda-feira o primeiro portal público que promove encontros de casais, com o objetivo de gerar matrimônios e dar fim à recente queda de natalidade no país. O portal hamsam.tebyan.net ("encontre seu semelhante", em português) foi apresentado pelo vice-ministro da Juventude e Esportes, Mahmoud Golzari, que afirma que o site oferecerá um espaço para os solteiros criarem um perfil e conhecerem as qualidades de seus potenciais cônjuges.

Segundo Golzari, a página contará com profissionais de boa reputação como casamenteiros, psicólogos, clérigos e médicos para tentar unir as pessoas. Caso uma potencial combinação aconteça, serão organizadas reuniões de famílias e testes psicológicos para tentar garantir que o casal seja compatível.

Governo do Irã criou site de relacionamento para tentar aumentar a taxa de natalidade no país Reprodução Internet

O portal surgiu logo após uma recente reviravolta nas políticas governamentais: há anos o controle de crescimento da população tem sido incentivado. Porém, após a queda de matrimônios e da taxa de natalidade, as autoridades não realizam mais as intervenções de esterelização sem custos nem fornecem anticoncepcionais gratuitamente. Além disso, cogitam ajudar os parceiros jovens incentivando - financeiramente - a maternidade.

As dificuldades econômicas e o peso das tradições têm desencorajado os jovens a se casar nos últimos anos. Um dos objetivos da página é diminuir as uniões informais, consideradas como "matrimônios brancos", nos quais os casais jovens evitam realizar caras cerimônias nupciais ou se envolver com custosos aluguéis de residências.

Esses valores, geralmente, ficam sob responsabilidade dos maridos, que ainda se comprometem com uma grande soma de dinheiro (o "marhye"), que deve estar preparado para ser entregue a qualquer momento às suas esposas.

O governo visa com essa medida coibir os cerca de 350 sites de namoro que funcionam ilegalmente no país, os quais propõem casamentos temporários, conhecidos como "de prazer", que podem durar horas e são realizados apenas para que o casal possa ter relações sexuais, proibidas antes do casamento no país. 

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