Por clarissa.sardenberg

Estados Unidos - O presidente dos EUA, Barack Obama, contestou uma jornalista brasileira durante a coletiva desta terça-feira junto com a presidente Dilma, na Casa Branca. A repórter da "Globo News" tentou "encurralar" Dilma Rousseff questionando sobre a diferença entre a forma como o Brasil se vê e a posição dos EUA, que segundo ela, é diferente disso. Obama interveio e desmentiu a afirmação.

“O Brasil se vê como um ator global e liderança no cenário mundial, mas os EUA nos veem como uma potência regional. Como você concilia essas duas visões?", perguntou Sandra Coutinho à presidenta.

Barack Obama interveio e disse que ele mesmo iria responder: “Responderei em parte a pergunta que você acabou de fazer à presidenta. Não enxergamos o Brasil como uma potência regional, mas como uma potência global”, declarou.

Sempre simpático%2C Obama conseguiu arrancar sorrisos de Dilma durante a coletivaReuters

É possível conferir o "embate" em um trecho (1:03:20) do vídeo da coletiva, divulgado pela Casa Branca. Obama fez questão de ressaltar que seu país não vai "atingir o sucesso" em temas como contenção do terrorismo, saúde global e redução da pobreza no mundo sem a ajuda do Brasil.

Ele reiterou a importância da economia brasileira e disse que o país será decisivo durante as negociações da Conferência do Clima, que ocorrer no final deste ano em Paris, na França.

“Todos os países importantes precisam estar envolvidos nesse processo, e nós consideramos o Brasil um parceiro indispensável nesses esforços”, finalizou.

Parceria entre os países 

Sem citar o escândalo de espionagem, Obama e Dilma mostraram muito entrosamento durante o pronunciamento. Os líderes ressaltaram que essa "nova fase" de relacionamento entre os países "está mais ambiciosa". As relações entre as duas nações estavam conturbadas desde 2013, quando foi revelado que o governo norte-americano - através da Agência Nacional de Segurança (NSA) - espionou telefonemas e e-mails da mandatária.

Ao ser perguntado sobre o que achava do escândalo de corrupção na Petrobras, o presidente dos EUA resolveu "declinar da pergunta" e disse que não iria falar de "casos isolados". Vou falar de maneira geral: o Brasil é um dos maiores parceiros na criação de um sistema de transparência e confiança das instituições. Espero que os dois países continuem nas parcerias nesse sentido, mas não vou comentar casos isolados", afirmou Obama.

Após o encontro, a presidenta Dilma Rousseff anunciou um acordo com os Estados Unidos para tornar mais rápida e fácil a entrada dos brasileiros que viajam com frequência àquele país. A partir do ano que vem, o Brasil será incluído no Global Entrey, um programa do governo americano que permite, em casos específicos, a entrada sem enfrentar as filas no serviço de imigração.


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