Por bferreira

EUA - Após uma viagem de nove anos, a sonda espacial New Horizons chegou ao ponto mais próximo de Plutão na manhã de ontem, de acordo com a agência espacial americana (Nasa), responsável pela missão. O equipamento percorreu quase 5 bilhões de quilômetros (distância entre o planeta-anão e a Terra). Com isso, ficou a 12.500 km do corpo celeste, o ponto mais próximo que conseguiria alcançar.

A área mais clara%2C que lembra um coração%2C pode estar coberta por monóxido de carbono congelado Reuters

Uma das imagens divulgadas pela Nasa encantou o mundo, ao revelar um ‘coração’. O ‘rosto’ de Plutão inclui uma ampla área escura próxima à linha do Equador do planeta-anão, conhecida informalmente por cientistas como ‘a baleia’, além de uma área clara, o ‘ coração’, com cerca de dois mil quilômetros.

Com os dados enviados pela sonda, a Ciência vai analisar mais detalhes sobre a superfície e a temperatura de Plutão. Às 8h50, horário de Brasília, o relógio com a contagem regressiva da Nasa zerou, o que indicava que a sonda teria feito a aproximação prevista. Cientistas na sede da Nasa comemoraram.  

Os pesquisadores, porém, se preocupam com a ‘sobrevivência’ da sonda, já que na região há muitos meteoroides e destroços da formação do sistema de luas de Plutão, que podem bater nela.

A New Horizons foi lançada em janeiro de 2006, dos Estados Unidos, no foguete Atlas. Na ocasião, Plutão ainda era considerado planeta. Seu ‘rebaixamento’ a anão ocorreu em agosto do mesmo ano. A sonda viajou até Júpiter e usou a gravidade deste como ‘estilingue’ para acelerar sua velocidade. Desde então, ficou ‘adormecida’ e viajou pelo espaço, até ser reativada em dezembro de 2014.

A New Horizons carrega as cinzas do cientista Clyde Tombaugh, que descobriu Plutão em 1930. Segunda-feira, a Nasa revelou que o planeta-anão é maior do que se previa. Antes considerado o 9º e mais distante planeta do Sistema Solar, tem diâmetro de cerca de 2.370 km — em torno de 80 km a mais do que o estimado.

Segundo a agência Reuters, o fato de ser um pouco maior quer dizer que Plutão consiste significativamente de mais gelo e um pouco menos de água do que o previsto — um detalhe importante para cientistas determinarem a história de como ele e o resto do Sistema Solar foram formados.

“Nesse momento, as imagens revelam apenas que Plutão é um planeta realmente esquisito. Ele tem algumas áreas muito escuras, outras extremamente claras, e não sabemos nada sobre o que são ainda”, afirmou John Spencer, do instituto de pesquisa Southwest, um dos parceiros da Nasa.

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