Por clarissa.sardenberg

Zimbábue - O dentista e caçador norte-americano Walter Palmer, de 55 anos, confessou que US$ 50 mil (cerca de R$ 150 mil) para matar o leão Cecil, ícone do parque de Hwange, no Zimbábue. Ele se defendeu dizendo que não sabia que o animal tinha um localizador e era o "preferido" do parque. Nesta quarta-feira, os dois homens que receberam dinheiro do americano foram ouvidos por um tribunal, que os acusa de caça ilegal.

Com 13 anos, Cecil era a atração principal do parque de Hwange há uma década. De acordo com investigações, o leão teria sido atraído para fora do parque para ser morto. O animal foi ferido com uma flecha, mas não morreu de imediato. Após receber um tiro de rifle, ele foi degolado e teve sua pele arrancada.

Leão Cecil tinha 13 anos e era estudado pela renomada Universidade de Oxford%2C na Inglaterra Reprodução Youtube

Honest Ndlovu, dono de um parque particular de caça, e o caçador local Theo Bronkhorst compareceram ao tribunal em Hwange, 800 quilômetros a oeste de Harare, a capital do país.

Palmer, que já foi condenado no passado por ter disparado em um urso negro em Wisconsin, deixou o país logo depois da caçada. Ele confessou ter matado o leão após as autoridades do Zimbábue o identificarem como o responsável pelo ato.

O norte-americano culpou seus guias por não tê-lo alertado sobre a importância de Cecil e disse que se arrepende, pois pratica "caça responsável".

Walter Palmer (à esq.) exibe um de seus troféus de caça Reprodução Facebook

"Eu não sabia que o leão era famoso e era tido como o animal preferido do parque. Não tinha conhecimento de que o animal portava um localizador, nem que era objeto de estudo", justificou-se o norte-americano, que possui 43 trofeus de caça, ressaltando que ainda não foi notificado pela polícia.

A morte do leão foi confirmada no dia 13 de julho pela Associação de Caçadores e Guias Profissionais do Zimbábue (ZPHGA, na sigla em inglês). Cecil levava um colar com GPS, instalado por pesquisadores da Universidade de Oxford, na Inglaterra, como parte de um estudo, iniciado em 1999, sobre os leões da região.

O caso gerou comoção em vários países e internautas lançaram uma petição on-line para promover "justiça" pela morte de Cecil. O documento pede que o presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, anule as permissões de caça aos turistas.

*Com informações da ANSA e Reuters


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