Por bferreira

Rio - O uso de vacinas defeituosas pode fortalecer ainda mais o vírus existente em um organismo. Foi o que mostrou um estudo norte-americano e britânico, publicado nesta semana na revista ‘Plos Biology’. Mas especialista enfatiza que, no Brasil, após aprovação das injeções, não há perigo de a doença resistir ao medicamento.

No levantamento, os pesquisadores fizeram testes em galinhas com a vacina contra a doença de Marek, que atinge apenas aves. Após o estudo, eles perceberam que o medicamento foi responsável diretamente pelo aumento da resistência do vírus. Com o resultado, os cientistas se mostraram preocupados com a produção das próximas vacinas.

“Não queremos que as doenças mortais, como o ebola, evoluam. A nossa pesquisa mostrou que isso poderia acontecer no caso de vacinas imperfeitas”, explicou o co-autor da análise, Andrew Read, da Penn State University, dos Estados Unidos, em entrevista à agência de notícias ‘AFP’.

O infectologista Dennis Bertolini ressalta, porém, que apenas haveria o risco de intensificar a força do vírus no organismo durante o período de testes da injeção.

“Uma vacina que contenha micro-organismos enfraquecidos, como é o caso da hepatite B, pode ser que dê esse efeito. Mas é importante destacar que não há esse perigo após a aprovação do fármaco e nem quando ele já é oferecido em postos de saúde”, afirma o especialista da Universidade Estadual de Maringá.

Assim como o infectologista, os pesquisadores do levantamento também destacaram que, apesar do resultado, não é para deixar de vacinar os pequenos. “É importante não interpretar esse estudo como um argumento contra a vacinação das crianças contra a gripe ou outras doenças”, afirmou outro cientista do estudo, Peter Openshaw, do Imperial College London.

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