Por paloma.savedra

Rio - Fobias incomuns, como a de alimentos e a de letras, costumam ser motivos de riso ou descrédito para a maior parte das pessoas. No entanto, esses problemas causam riscos à saúde, impedindo que os pacientes exerçam atividades comuns do dia a dia. Especialistas explicam que a doença pode estar ligada à ansiedade.

A origem neurológica desse mal ainda é desconhecida entre os cientistas. Mas, sejam fobias comuns, como a claustrofobia (de lugares fechados) ou as consideradas ‘estranhas’, como a narigofobia (de narizes), um dos possíveis motivos do surgimento dessas patologias está relacionado a traumas na infância ou na adolescência.

Segundo a psicóloga Simone Freitas, a doença pode ser desencadeada por situações específicas, como assaltos e violência. “Esse comportamento ocorre principalmente com quem já tem a predisposição a ter ansiedade. Se uma pessoa foi atacada por um animal, por exemplo, quando era mais nova, ela cria um bloqueio e não consegue nem chegar perto de qualquer outro bicho”, exemplifica.

Querer ficar distante do objeto que aterroriza é a principal característica de quem tem esse transtorno. Por isso, a doença não pode ser confundida com medo. O psiquiatra Romildo Bueno ressalta que a fobia torna uma situação aterrorizante. “É uma ameaça. Podemos dizer que a fobia é um medo irracional, desproporcional e irredutível de objetos e situações”, define o especialista da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

Na lista das fobias mais ‘incomuns’ há a eisoptrofobia, quando a pessoa não consegue se olhar no espelho, com medo de enxergar fantasmas ou outros seres alienígenas. Há ainda a lactofobia, que provoca pavor de leite e seus derivados, como iogurte e queijos. Neste caso, porém, Romildo destaca que quem sofre desse mal pode estar sendo influenciado pelo maior número de casos de intolerância à lactose, registrados atualmente.

Outro tipo da patologia que chama a atenção é a fobia de qualquer tipo de fobia (fabofobia). A possibilidade de ter um medo de situações ou objetos assusta, provocando maior apreensão em quem sofre desse mal. “As pessoas que têm ansiedade não gostam de se expor. Ter uma fobia faz com que se escondam”, diz.

Tremores e crises de pânico são sintomas frequentes

Independentemente do tipo de fobia, os sintomas costumam ser os mesmos: tremores, suor frequente, transtornos de ansiedade e até crises de pânico, além do distanciamento do objeto que provoca pavor.

Caso tenha um desses sintomas, a recomendação é procurar logo um especialista. No caso das crianças, o ideal é que os pais avaliem e reparem no comportamento dos filhos, principalmente se eles estiverem muito retraídos diante de uma situação específica.

O tratamento de uma fobia envolve sessões de psicoterapia, para que o paciente consiga se conhecer e entender o seu medo. Além disso, com ajuda de um psicólogo, a pessoa aprende a se relacionar e encarar suas aflições. “Em casos mais graves, o terapeuta costuma indicar também medicamentos”, sugere Romildo Bueno, especialista da Associação Brasileira de Psiquiatria.

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