Por clarissa.sardenberg

Arábia Saudita - Ao menos 175 pessoas foram executadas em 2014 na Arábia Saudita, divulgou nesta terça-feira a ONG de direitos humanos Anistia Internacional. O novo relatório divulgado pela ONG afirma que pessoas foram executadas em massa após terem sido submetidas a julgamentos arbitrários, onde não há nenhuma chance de defesa.

Entre os executados estão pessoas com deficiências e criminosos jovens. O relatório destaca que as "confissões" obtidas acontecem sob tortura e que nenhum dos réus têm acesso a advogado. Segundo o levantamento feito pela ONG, no país há uma média de uma pessoa executada a cada dois dias. A maioria foi decapitada e outros mortos por pelotões de fuzilamento.

Destruição de templo pelo Estado Islâmico é crime de guerra, diz Unesco

Estado Islâmico institui estupro como parte de sua doutrina religiosa

Muçulmanos peregrinos reunidos no círuclo de Kaaba%2C na Grande mesquita%2C em Meca%2C na Arábia SauditaReuters

Como a Arábia Saudita vive sob a sharia, quando não há separação entre religião e legislação, as leis são baseadas em livros sagrados (Alcorão e Suna) e em interpretações dos líderes religiosos deles. O relatório da Anistia Internacional enfatiza isso, pois é por essa causa que alguns crimes, que em outros países seriam considerados mais "leves", acabam sendo passíveis de pena de morte no país. Porte de drogas e até mesmo heresia e bruxaria estão entre eles.

Desde janeiro de 1985 e jundo deste ano, ao menos 2.208 pessoas foram executadas na Arábia Saudita. A Anisitia relatou que quase a metade dos mortos eram estrangeiros, e muitos deles foram obrigados a assinar documentos de confissão sem nem ao menos saber o que estava escrito no papel.

Execuções do Estado Islâmico

Os dados divulgados pala Anistia Internacional fazem lembrar as cruéis execuções feitas pelo Estado Islâmico nos últimos dias. Na última semana, o arqueólogo sírio Khaled al-Assad, de 82 anos, foi assassinado pelo grupo, em Palmira, na Síria. Khaled era um dos maiores especialistas nas ruínas da cidade histórica, tombadas pela Unesco como Patrimônio da Humanidade, e cuidou do local durante quatro décadas. Após sua decapitação, ocorrida em praça pública, o corpo do especialista foi pendurado em uma das antigas colunas romanas do sítio arqueológico.

Nesta segunda-feira, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco, na sigla em inglês) declarou que o Estado Islâmico cometeu um crime de guerra ao demolir dos sítios arqueológicos mais importantes de Palmira, na Síria, neste domingo.

O EI sequestrou 230 cidadãos em Al Quariatain, na província central de Homs, na Síria, entre eles dezenas de cristãos, 45 mulheres e 19 crianças, além de 11 famílias. Desde então só libertou 48, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos. Na última quinta-feira se soube da transferência de 110 destes reféns, mas não se sabe maiores informações.

O estupro é outro ato banalizado pelos terroristas. Há cerca de duas semanas foi divulgado pelo grupo que o "estupro a infiéis" passou a fazer parte da doutrina do EI. Segundo os terroristas fanáticos, o Corão "congratula e encoraja" aqueles que atacarem mulheres que não sejam muçulmanas.

O comunicado do grupo aconteceu logo após uma menina de 12 anos, de etnia yazidi, ser estuprada no Iraque. Na ocasião o agressor declarou que não fazia nada de errado pois a criança não praticava a religião islâmica.

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