Cidade do Vaticano - Uma carta-resposta do Papa Francisco a uma autora de livros de temática gay abriu nova polêmica no Vaticano. A mensagem à escritora italiana Francesca Pardi foi interpretada por alguns setores como uma “bênção” às famílias homossexuais. O Vaticano negou.
No texto, o Papa desejava à autora “profícua atividade a serviço das jovens gerações e da divulgação dos autênticos valores humanos e cristãos”, além de enviar bênção apostólica à família da escritora. Francesca tem livros infantis que incluem famílias compostas por pais gays e que tinham sido retirados das bibliotecas de Veneza.
A escritora, que junto com sua companheira é mãe de quatro filhos, enviou ao Papa 30 de seus livros e pediu que os lesse e comprovasse que não debatiam ideologia do gênero e pretendem ser um meio para evitar a discriminação das crianças, entre eles os filhos de casais homossexuais.
Seis livros de Francesca, junto com outros 43 de outros autores, tinham sido retirados das bibliotecas das escolas de Veneza por divulgar a ideologia de gênero, que sustenta a não existência de diferenças biológicas entre homens e mulheres, várias vezes criticada pelo Papa.
Após a divulgação da carta, assinada pelo membro da Secretaria de Estado do Vaticano Peter B.Wells, o porta-voz, Ciro Benedettini, emitiu um comunicado explicando que a resposta era “privada e não destinada à publicação” e lamentou que isto “infelizmente tenha acontecido”.
Além disso, segundo o comunicado, “em nenhum momento a carta aprova comportamentos e doutrinas que não estão conformes com o Evangelho”. “A bênção do Papa é à pessoa, e não às doutrinas que não estão conformes com a doutrina da Igreja, como a ideologia de gênero, e não cabe qualquer instrumentalização do conteúdo desta carta".