Por bferreira

Rio - Não é só no verão que é preciso se preocupar com a dengue. A possibilidade de temperaturas mais altas que o esperado na primavera que se aproxima pode causar um aumento no número de casos da doença, ainda que sem um alto nível de chuvas. A situação preocupa a Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde. O receio envolve também a zika (doença causada pelo mesmo mosquito), e está focada principalmente nas regiões Norte, Noroeste e Baixada Litorânea.

Além da vigilância sanitária%2C população pode jogar fora objetos que acumulem água parada no quintalBanco de imagens

O Aedes aegypti, transmissor das duas doenças, procura lugares quentes e úmidos para colocar seus ovos. “O ideal é trabalharmos com uma cultura de controle do mosquito”, destaca Alexandre Chieppe, subsecretário de Vigilância em Saúde. A ideia é que a prevenção dure o ano inteiro. Só é necessário, contudo, limpar os possíveis focos de transmissão uma vez por semana, pois o tempo de evolução do ovo ao mosquito dura entre sete e 10 dias. “Nunca é inferior a sete dias. Mesmo que o ovo ecloda, não vai conseguir chegar à forma adulta”.

Ele explica que poucos dias após completar o ciclo de amadurecimento, os mosquitos estão prontos para o acasalamento. Depois disso, as fêmeas passam a procurar sangue (necessário para o desenvolvimento dos ovos) e fazem a desova cerca de três dias depois de ingerir a substância.

Em agosto, a notificação de novos casos de dengue no estado cresceu 87%, em relação ao mesmo período de 2014. O crescimento já era esperado. “Todos os meses vai ter aumento, 2014 foi um ano de poucos casos”, explica Chieppe. O crescimento foi maior em cidades do interior, que chegaram a ter uma epidemia, mas a Secretaria garante que a situação foi controlada.

Caixas d’água devem ser vedadas

Os ovos do Aedes aegypti são depositados, geralmente, na parede dos recipientes, bem próximos à água, mas sem encostar no líquido. Por isso é importante lavar o criadouro, e não só eliminar a água parada.Em lugares secos, o ovo consegue resistir durante cerca de um ano. A eclosão só ocorre, no entanto, depois do contato com a água.

Na hora da limpeza, não é preciso saber reconhecer o ovo do mosquito. A recomendação é eliminar qualquer possível foco. “Qualquer água parada pode servir para proliferação”, reforça Alexandre Chieppe.

A principal recomendação é descartar recipientes que possam ser jogados fora, como garrafas e pneus. Já para caixas d’água ou outros locais de armazenamento, o ideal é vedá-los completamente. Se houver algum ovo lá dentro, o mosquito não conseguirá sair. E outros insetos não vão conseguir entrar para colocar mais ovos, explica.

Ralos, calhas, e bandejas de ar-condicionado e de geladeiras são possíveis focos. Na hora do descarte, é preciso jogar a água em lugares secos, como chão cimentando, terra e asfalto, onde as larvas morrem mais rápido.

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