Por gabriela.mattos

Venezuela - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou o fechamento da fronteira entre seu país e a Colômbia em Paraguachón, aumentando assim a quantidade de bloqueios na região.

O decreto, baixado na noite desta segunda-feira, estabeleceu ainda um "estado de exceção" em mais três municípios - Guajira, Mara e Almirante Padilla - aumentando para 13 o número de áreas que vivem sob o regime especial. Também serão enviados cerca de três mil soldados para "proteger o povo" da região desses "criminosos".

Maduro ordena fechamento de mais uma parte da fronteiraEPA

Segundo o mandatário, a decisão foi tomada "após um diagnóstico preciso" de seus comandados e tem como objetivo "continuar avançando para combater os crimes de paramilitares e contrabandistas".

Maduro acusa grupos armados que contrabandeiam drogas e armas de fazerem uma emboscada contra soldados venezuelanos no mês de agosto. Por causa disso, ele fechou a fronteira em diversos pontos e deportou mais de 1,4 mil colombianos. Desde que a crise começou, quase 14 mil estrangeiros que moravam no país decidiram abandonar suas casas para não serem expulsos ou presos.

Mediadores sul-americanos

O presidente venezuelano fez o anúncio após aceitar a mediação do Brasil e da Argentina na crise entre as duas nações. Ele ainda propôs uma conversa com seu homólogo colombiano, Juan Manuel Santos, para resolver o problema.

"Aceitei a mediação do Brasil e da Argentina que viajaram até a Jamaica e me propuseram uma reunião em Manaus ou em Buenos Aires. E Santos, aceite minha boa vontade de falar com o senhor, se quiser, amanhã mesmo", disse.

A declaração de aceitar a mediação ocorreu horas depois de Santos ter aceitado que o presidente do Uruguai, Tabaré Vásquez, assumisse o papel de tentar encontrar a paz entre as duas nações.

"Na semana passada, recebi um telefonema do presidente do Uruguai que ofereceu seus bons ofícios para facilitar o diálogo com a Venezuela. Aceitei seu oferecimento e o comuniquei que estava disposto que esta reunião fosse, inclusive, em Montevidéu", declarou Santos.

O chefe de Estado reiterou sua posição de reunir-se com Maduro para que, "através de um diálogo sério e respeitoso", a crise fronteiriça seja resolvida. De acordo com Santos, desde que a fronteira foi fechada no dia 19 de agosto, ele tenta falar por telefone com Maduro, mas todas as ligações que fez foram recusadas.

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