Por gabriela.mattos

Estados Unidos - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assegurou nesta sexta-feira que está disposto a iniciar uma negociação nuclear com a Coreia do Norte, como a que teve com o Irã, mas antes esse país deve renunciar à possibilidade de armas nucleares e demonstrar que é "sério" a esse respeito.

"No momento em que Pyonyang diga que está interessado em ter um alívio das sanções, estaremos ali mesmo na mesa", garantiu Obama em entrevista coletiva ao lado da presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye.

Obama diz que negociará com Coreia do Norte 'se houver seriedade'Reuters

No entanto, Obama lembrou que os Estados Unidos apenas aceitaram negociar com o Irã sobre seu programa atômico "quando eles demonstraram que eram sérios sobre a possibilidade de renunciar à busca por armas atômicas".

"Mesmo se (a Coreia do Norte) fizesse esse gesto, teria que estar disposta a submeter-se ao tipo de regime de verificação rigorosa que estabelecemos com o Irã, em particular devido a suas violações de acordos no passado", disse Obama.

"E não chegamos a esse ponto, porque não houve nenhuma indicação por parte dos norte-coreanos, como houve dos iranianos, de que possam ver um futuro no qual não possuíssem ou não estivessem tentando conseguir armas nucleares", acrescentou.

Obama garantiu que seu governo "demonstrou com o Irã e com Cuba" que está "preparado para dialogar com nações com as quais teve uma história problemática". A esse respeito, a presidente sul-coreana opinou que para negociar "tem que haver uma vontade genuína, por parte da Coreia do Norte, de que renunciará a suas capacidades nucleares".

"Se não têm isso, mesmo se tivermos esforços coordenados internacionais, não veremos uma conclusão a estas negociações nem conversas como a que vimos com o Irã, portanto essa é uma grande diferença entre os dois casos", ressaltou Park.

Obama, que se reuniu hoje com Park no Salão Oval da Casa Branca, destacou que qualquer "provocação" do regime norte-coreano encontrará uma resposta "forte e unida" de Washington e Seul. "O compromisso dos Estados Unidos com a defesa e segurança da península coreana nunca mudará", assegurou.

Os dois países estão preocupados com a possibilidade de que a Coreia do Norte realize em um futuro próximo o lançamento de um foguete de longo alcance, ou inclusive seu quarto teste nuclear. O regime de Kim Jong-un anunciou em meados de setembro que lançará em breve um satélite ao espaço - ação que Seul e Washington consideram um teste de tecnologia de mísseis intercontinentais - e reivindicou de novo seu direito a desenvolver armamento nuclear.

Além disso, Kim proclamou no sábado passado que a Coreia do Norte "está preparada para lutar em qualquer tipo de guerra provocada pelos EUA", durante o desfile militar pelo 70º aniversário da fundação do Partido dos Trabalhadores.

Você pode gostar