Estados Unidos - O Estado Islâmico (EI) planejou 17 atentados dentro dos Estados Unidos desde o início de 2014, além de estar envolvido em mais de 60 planos para atacar alvos no Ocidente no mesmo período, disse nesta quarta-feira o presidente do Comitê de Segurança Nacional da Câmara dos Representantes, Michael McCaul.
"Esse ritmo de terro não tem precedentes nem rivais e é inclusive superior ao da Al Qaeda em seu auge. Não estamos mais perto de desmantelar o EI do que estávamos há um ano", afirmou McCaul, congressista republicano do Texas, durante uma audiência do comitê.
"O EI inspirou ou dirigiu 17 'complôs terroristas' nos EUA desde o início de 2014 e, no geral, o grupo está envolvido com mais de 60 planos contra alvos ocidentes, desde o Canadá até a Austrália", destacou o congressista, que questionou a estratégia americana de combate aos jihadistas no Iraque e na Síria.
Há mais de um ano, os EUA lideram uma coalizão que bombardeia posições do EI com o objetivo de diminuir o poder da organização terrorista, que proclamou no final de junho de 2014 um califado nos territórios controlados na Síria e no Iraque.
"O reino do terror do EI está sendo alimentado pelo recrutamento de combatentes estrangeiros, que procedem de mais de cem países, incluindo o nosso", alertou McCaul.
Participaram da lotada audiência no Congresso três dos principais responsáveis pela segurança dos EUA: o secretário de Segurança Nacional, Jeh Johson; o diretor do FBI, James Comey, e o diretor do Centro Nacional Antiterrorista, Nicholas Rasmussen.
Todos concordaram que uma das maiores ameaças do EI é seu poder de propaganda e o uso que os jihadistas fazem das novas tecnologias para recrutar novos membros e inspirar "lobos solitários", termo usado pelas autoridades para descrever indivíduos que fazem ataques terroristas de forma isolada em território estrangeiro.
"A Al Qaeda na Península Arábica (AQAP) já não esconde o fato de que constrói bombas, mas divulga isso em um manual de instruções, em sua revista e pede que as pessoas o utilizem", explicou Johnson. Em seu discurso, o secretário de Segurança Nacional garantiu aos congressistas que os refugiados sírios que chegarem aos EUA estarão sujeitos "ao mais alto nível dos controles de segurança".
Eles terão seus antecedentes criminais e biografia verificados no momento em que pedirem asilo e quando entrarem no país. As maiores preocupações dos EUA são chegada de novos terroristas e o recrutamento de cidadãos ocidentais pelo EI, por se tratarem de indivíduos com liberdade de movimentos e que poderiam realizar atentados em território americano ou europeu.