Rússia - O chefe de administração da Presidência da Rússia, Sergei Ivanov, afirmou nesta quinta-feira que o grupo Boko Haram chegou à Síria para lutar na guerra civil que atinge o país desde 2011 e que já conta com a atuação dos terroristas do Estado Islâmico. "Na Síria se manifesta o terrorismo global", comentou o político.
Desde 2011, quando eclodiu a Primavera Árabe, rebeldes tentam derrubar o ditador sírio, Bashar al-Assad. Nesta guerra civil, mais de 240 mil pessoas morreram, incluindo 12 mil crianças. O conflito também provocou um fluxo histórico de deslocados internos e refugiados.
Além dos grupos opositores e as forças de Assad, a guerra conta com a atuação de milícias islâmicas e do EI, que domina cidades importantes do norte do país, onde fundou um califado.
O Boko Haram, por sua vez, é originário da Nigéria e autor de dezenas de atentados e sequestros. A organização defende a instituição da sharia (lei islâmica) no país. O grupo ganhou fama mundial ao sequestrar 300 meninas de uma escola em Chibok, na Nigéria. Na época, a campanha #BringBackOurGirl mobilizou o mundo.
No início deste ano, o EI aceitou formar uma aliança com o Boko Haram. Em março, o presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, informou que militantes do Boko Haram estavam viajando para campos de treinamento do EI.
Uma coalizão liderada pelos Estados Unidos bombardeia alvos do EI na Síria e no Iraque desde o ano passado. No entanto, no fim do mês passado, a Rússia autorizou ataques no território sírio, dizendo que Assad tinha pedido ajuda para combater o grupo islâmico. A ação militar de Moscou, porém, é vista com ressalvas pelo Ocidente, que acusa o país de usar o EI como pretexto para, na verdade, atacar opositores do regime de Damasco e fortalecer o governo de Assad.