Rio - O Grupo de maternidades Perinatal, em parceria com o LES da PUc-Rio, selecionaram sete ideias de aplicação de tecnologia em saúde para serem apresentadas no “I Evento Nascer de Ideias”, que incentiva o desenvolvimento de propostas de uso de tecnologias de comunicação e informação para a saúde, aplicada à perinatologia.
Onze propostas serão apresentadas hoje, na PUC, e as três melhores receberão um incentivo financeiro de R$ 5 mil para pôr em prática suas criações. Entre os projetos está o Sensus. Criado por um grupo de 12 alunos da PUC-Rio, entre graduando e pós-graduandos, o aplicativo tem como objetivo mensurar o nível de dor dos bebês recém-nascidos que estão na UTI.
O projeto é uma extensão da pesquisa feita pela professora da USP Ruth Guinsburg, que mensura a dor do bebê baseada no movimento da face. “Ampliamos de fotografia para vídeo. Além de mapear o rosto, mapeia o corpo e o áudio é coletado pelo choro, assim é obtida uma mensuração”, explica Beto Lucena, um dos responsáveis pelo aplicativo. Antes de liberá-lo para outros médicos e profissionais da área, como enfermeiros, o projeto vai ser validado pelo corpo médico da Perinatal.
Hoje, essa análise da dor é feita de maneira subjetiva, através da observação dos movimentos do bebê, do choro e de suas “caretas”. “Com o aplicativo será possível sistematizar essa escala subjetiva através de um algoritmo que desenvolvemos e, assim, mapear o corpo do bebê e colocar em uma escala de sistema para mensurar a dor”, descreve Beto.
Outra ideia selecionada é “Detector de Assepsia de Mãos”, que visa solucionar o impasse que muitos profissionais da área de saúde encontram com a assepsia de sua mãos, a proposta dessa substância será efetuar e alertar a seu usuário(a) se a assepsia foi feita de forma adequada.
Outra proposta interessante é o Natum, que sugere a visualização de uma holografia em 3D do procedimento de ultrassom feito pela mãe. Com a ajuda de um aparelho de ultrassom 3D e óculos Microsoft Hololens, com alto grau de precisão, a visualização do feto não ficaria restrita a uma tela, se estendendo no ambiente através de uma holografia 3D. O projeto é baseado em uma tecnologia que já existe, mas com um conteúdo totalmente novo.
“Atualmente, dá para imprimir moldes em 3D do rosto do feto, mas nada como uma holografia. Queremos potencializar essa visualização, dando um efeito no mundo real para que a mãe veja seu bebê fora da barriga. O médico ainda vai poder editar o conteúdo do exame através de gestos”, explica Jhonnata de Oliveira, um dos criadores do programa.
Já a Marcação Online de Consultas, ou apenas MOC, funciona como uma ponte de comunicação entre a secretária do cirurgião e os hospitais. De acordo com Luisa Ronchi, uma das idealizadoras do projeto, no Brasil isso é inédito. “A interface do médico é um aplicativo e a do hospital, um site. Cada hospital terá um quadro para agendamento no site, onde as informações ali colocadas serão atualizadas sempre que necessário. Isso evita as ligações que um faz para o outro constantemente, diminuindo a perda de tempo”, comenta.
A “plataforma automatizada de acompanhamento e orientação de gestantes de alto-risco no período perinatal” é um projeto tem como objetivo o uso de uma ferramenta de acompanhamento extra-hospitalar no cuidado de gestantes de alto-risco por meio do estabelecimento de um canal contínuo para troca automática de mensagens utilizando técnicas de processamento de linguagem natural, aprendizado de máquina e inteligência artificial. A ferramenta permite que médicos possam criar árvores de diálogos para a coleta de dados, emissão de alertas e responder à dúvidas dos pacientes de forma automatizada.
O projeto “Redução de infecções hospitalares por higienização das mãos” - Desenvolveu um sistema que visa diminuir infecções hospitalares transmitidas pelas mãos dos profissionais de saúde (PS). O sistema é composto por um crachá, sensor de presença e um chip instalado em dosadores de álcool. A proposta é que o crachá sempre alarme quando um PS não estiver com suas mãos higienizadas antes de se iniciar um parto, evitando infecções e talvez até mortes de recém-nascidos. Caso o PS higienize suas mãos nos dosadores, seu crachá não alerta promovendo segurança mãe-bebê.
E o projeto “Primeiro passo Para o Sorriso”, visa realizar a avaliação antropométrica da face e crânio dos fetos com fenda palatina, focando especialmente a malformação, através da ressonância magnética próximo ao parto . Confeccionar órtese para cobrir a fenda palatina em impressora 3D antes do nascimento e enviar para mãe para que ela tenha este recurso em mãos antes do parto. Este recurso poderá auxiliar este bebê a mamar precocemente e diminuindo os riscos de bronco aspiração.
O evento – A abertura do “I Nascer de Ideias”, que conta com o apoio de empresas como Danone, Air Liquide Healthcare e 4th Tecnologia em Saúde, será feita por Fabio Gandour, Cientista-Chefe da IBM Brasil, com 20 anos de experiência na área, graduado em Medicina e PhD em Ciências da Computação. O tema será “Saúde e Tecnologia em Perinatologia”.
Serviço:
Data: 29 de Outubro de 2015
Local: Auditório RDC da PUC-Rio - Rua Marquês de São Vicente, 225, Ed. Rio Datacentro. Gávea - Rio de Janeiro
Horário: de 13h as 18h
Informações: nascerdeideias@perinatal.com.br