Por luis.araujo
França - Menos de um ano depois do atentado ao jornal satírico Charlie Hebdo, em que 12 jornalistas foram assassinados dia 7 de janeiro, Paris voltou a ser alvo do terror. E a sexta-feira 13 na Cidade-Luz foi de trevas e ainda mais dor. Série de ataques simultâneos deixou pelo menos 153 mortos. Foram três explosões — duas delas por homens-bomba — perto do Stade de France; tiroteios em bares e shoppings; e tomada de reféns em uma famosa e lotada casa noturna. O Itamaraty registrou dois brasileiros feridos. Um suspeito preso afirmou pertencer ao Estado Islâmico.
Uma visão geral da cena que mostra os corpos cobertos fora de um restaurante em ParisREUTERS/Philippe Wojazer
O presidente François Hollande anunciou que o Conselho de Ministros iria aprovar estado de urgência e o fechamento das fronteiras após os “atentados terroristas sem precedentes”. Aeroportos foram fechados, o metrô parou de circular. Efetivo de 1.500 homens do Exército foi mobilizado. Restaurantes foram improvisados como hospitais de campanha. “É um horror”, declarou Hollande, emocionado, em cadeia de televisão. “Vamos lutar contra os agressores sem misericórdia.” Este estado não era decretado desde os distúrbios na periferia parisiense ocorridos há uma década.
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O ataque se deu em três estágios e em sete locais — e mostrou a fragilidade da segurança antiterror na capital francesa. Eram 22h20 em Paris, 19h20 no Brasil, quando um Stade de France lotado ouviu forte estrondo. Corriam os 16 minutos do primeiro tempo do amistoso França x Alemanha — não interrompido, para evitar pânico, e vencido pelos anfitriões por 2 a 0. Três minutos depois, nova explosão: terroristas suicidas e uma bomba faziam as primeiras vítimas. Hollande assistia ao jogo e deixou o estádio, por segurança. Ao fim da partida, torcedores com medo de deixar o estádio esperaram no gramado.
Polícia francesa protege a área perto da sala de concertos Bataclan após um tiroteio fatal em um restaurante em ParisREUTERS / Christian Hartmann
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Em seguida, longe dali, bares e restaurantes, como o Carrilon e Le Petit Cambodge — onde estavam os brasileiros, e um deles foi ferido com gravidade, eram tomados. Popular centro comercial, o Les Halles também foi alvo dos terroristas.
O pior cenário foi no Bataclan, a lendária casa noturna. Cerca de 1.500 pessoas assistiam a um show da banda Eagles of Death Metal. Quatro atiradores interromperam a apresentação e passaram a matar um a um. A polícia invadiu a boate e matou os terroristas. Somente ali se contaram mais de 100 mortos.
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Durante a partida entre França e Alemanha pode ser escutada uma explosão de dentro do Stade de France.
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A presidenta Dilma Rousseff, através do Twitter, se mosatrou indignada: 'Consternada pela barbárie terrorista, expresso meu repúdio à violência e manifesto minha solidariedade ao povo e ao governo francês'. O presidente norte-americano, Barack Obama, disse que o país está preparado para dar toda a assistência que a Franca necessitar.
EUA atacam carrasco do Estado Islâmico 
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Menos de 48 horas antes dos ataques terroristas em Paris, a Força Aérea dos Estados Unidos bombardeou importante base do Estado Islâmico, na cidade síria de Raqqa.
Os governos americano e britânico reconheceram que os ataques mataram três carrascos do Estado Islâmico. De acordo com fontes internacionais, um dos terroristas eliminados foi o ‘Jihad John’, um sanguinário assassino que vem aterrorizando o mundo com decapitações de jornalistas e cidadãos ocidentais.
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“Todas as fontes no local estão dizendo que é Jihad John, mas não posso confirmar pessoalmente”, acrescentou um dos analistas à agência Reuters.