Por bferreira

Rio - Uma nova técnica em cirurgia plástica reparadora com o uso de elásticos triplicou o número de atendimentos na emergência do Hospital Geral de Nova Iguaçu (antigo Hospital da Posse), na Baixada Fluminense. O procedimento tem minimizado em até 80% as cicatrizes provocadas pela perda de pele, com o uso de elásticos esterilizados – semelhantes aos usados em escritórios. Indicada para casos de acidentes ou traumas graves, onde ocorre perda de grande parte do tecido, a técnica permite que a pele seja esticada de forma gradual até substituir o tecido lesionado.

Carlo Clay ficou deformado após acidente de moto%3A ‘Foi um milagre’Divulgação

Segundo o cirurgião Christian Vieira, chefe da equipe de Cirurgia Plástica do hospital, o próprio organismo se encarrega de produzir o novo tecido, evitando o enxerto com pele de outras partes do corpo. “Apesar de inovadora, essa é uma técnica simples e de baixo custo, porém, com resposta muito positiva para reparação do paciente. O elástico funciona como uma cinta, que estica os tecidos em volta de forma lenta, diminuindo o tamanho da lesão.”

O dançarino Carlo Clay Jaccinto foi um dos primeiros pacientes submetidos ao método. Em novembro de 2014, um acidente de moto provocou uma lesão grave em parte do seu rosto, com exposição do osso. Ele teve sequelas físicas e estéticas. “Achei que ficaria com marcas profundas, deformado. O que fizeram no meu rosto foi um verdadeiro milagre e hoje só tenho a agradecer”, contou.
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A técnica permitiu um aumento de mais de 160% no número de cirurgias plásticas na unidade. Em um ano, 63 procedimentos foram realizados, quase três vezes mais do que em 2012, quando foram feitas 24 intervenções. “A equipe de cirurgia plástica é altamente qualificada e tem grande experiência em reparação pós-trauma”, disse o diretor-geral da unidade, José Sestello.
Brasil é líder em plásticas
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Líder em cirurgias plásticas, o Brasil tem realizado cada vez mais cirurgias reparadoras e avança tecnologicamente nesta área. Os pacientes em geral sofreram queimaduras, acidentes, infecções ou tumores e optaram pela cirurgia plástica para recuperar a autoestima e corrigir deformidades.
Com a nova técnica com elásticos, o número de atendimentos tende a crescer ainda mais no Estado do Rio.“A função dessa especialidade é mais ampla que as cirurgias ligadas apenas à beleza do paciente e capaz de beneficiar milhares de pessoas”, diz o cirurgião plástico Carlos Alberto Komatsu.
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Reportagem de Aline Cavalcante
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