Por gustavo.ribeiro
Rio - A Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro (SBPRJ) promove atividades no Dia Nacional da Consciência Negra (20/11) para debater as diferentes formas de preconceito. Como este ano a data coincidirá com a realização do XXIV Encontro Latino-americano de Pensamento de Donald Winnicott, foi incluída na programação a mesa "Integração e diversidade racial", com apresentações do Doutor em Psicologia Clínica Marco Antônio Guimarães (Rio de Janeiro) e do psicanalista Jorge Kantor (Perú), e a exibição do filme "Selma" (sobre Martin Luther King), seguida de debate com a psicanalista Luíza Moura e a jornalista Suzana Schild. O encontro acontece no Hotel Everest, em Ipanema, Rio de Janeiro.
A diretora do Conselho Científico da SBPRJ, Wania Cidade, que colaborou com esta programação, comenta que há cinco anos a instituição agregou à sua agenda o Dia Nacional da Consciência Negra com o intuito de abrir mais um espaço de discussão e conscientização sobre as diversas formas de violência que de maneira nefasta adoecem e provocam intenso sofrimento psíquico nos sujeitos. “O que há de mais devastador em relação ao racismo é a sua negação e o silenciamento sobre o tema”, diz.
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Segundo Wania Cidade, o combate a esse quadro se dá pelo caminho da palavra, da educação, do diálogo e, por isso, é necessário que se mantenha a discussão sobre as questões relacionadas ao preconceito, inclusive sobre as formas veladas de racismo. “Esta é uma discussão importante que precisa ser travada nas várias esferas sociais, na família, nas escolas, nos meios de comunicação e outros. Costumo dizer que o racismo está por toda parte e no imaginário de todos nós. Não é um pré-julgamento que só o outro faz. Em geral, é uma projeção de aspectos odiosos e violentos do próprio sujeito que o desenvolveu”, avalia.
Eloá Bittencourt, psicanalista da SBPRJ, assinala que “o racismo está presente o tempo todo, mesmo quando não o percebemos. A consciência negra não vem só da lei que diz que o racismo é crime. Esta é uma lei valiosa, intimida. Mas é preciso ter mais consciência da experiência do outro. Precisamos de ações, precisamos perguntar mais aos negros, ouvi-los, saber mais deles, falar mais deles, de seus feitos, de sua coragem, de suas histórias”.
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Tendo como tema central “Integração e Diversidade”, o XXIV Encontro Latino-americano sobre o Pensamento de Donald Winnicott será realizado entre 19 e 21 de novembro.