Por thiago.antunes
Madrid - O Partido Popular conservador (PP) do primeiro-ministro Mariano Rajoy venceu as eleições gerais da Espanha realizadas neste domingo, mas não obteve maioria e terá que depender de outros partidos para governar por mais um mandato de quatro anos.
O PP%2C do primeiro-ministro Mariano Rajoy%2C ganhou mas sem maioriaEfe

Com 96,7% dos votos apurados até 21h (no Brasil), a legenda de Rajoy obteve 121 cadeiras (perde um terço dos 186 que elegeu em 2011), seguido pelo Partido Socialista Espanhol (PSOE), liderado por Pedro Sánchez, com 92 (até o momento o pior resultado de sua história). O partido Podemos, a nova sigla formada por Pablo Iglesias, à esquerda do PSOE, conseguiu 69 cadeiras. O Cidadãos, outra legenda nova, de centro, ficou em quarto, com 40 vagas.

Nenhum partido obteve maioria clara para governar. Pela primeira vez nos anos recentes da democracia espanhola, os eleitores enterraram o bipartidarismo PP-PSOE, colocando dentro do Congresso outras forças políticas de peso. Isso aponta para um impasse que, segundo analistas, provavelmente vai interromper o programa de reformas econômicas que ajudou a tirar a Espanha, quinta maior economia entre os 28 membros da União Europeia, a sair da recessão e a reduzir a alta taxa de desemprego. O resultado dará lugar a conversas para a construção de uma coalizão.
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Esquerda ganha mais destaque
O líder do partido de esquerda Podemos, Pablo Iglesias, que ficou em terceiro lugar nas eleições gerais realizadas ontem na Espanha, afirmou que os resultados “abrem uma nova etapa” no país. “Hoje nasceu uma nova Espanha”, disse Iglesias perante seus eleitores, em um discurso no qual assegurou que “acabou o sistema de turno na Espanha”, em alusão à hegemonia exercida até agora pelo Partido Popular (PP) e pelo Partido Socialista (PSOE) em forma de alternância no poder. Iglesias garantiu que lutará pela “blindagem constitucional dos direitos fundamentais”, como a moradia e a educação e a saúde públicas.