Por felipe.martins, felipe.martins
Rio - Não é só uma dor de cabeça muito forte, como a maioria dos leigos entende. A enxaqueca é a 10ª doença mais incapacitante, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), e atinge em torno de 15% da população mundial. No Brasil são aproximadamente 30 milhões de pessoas que sofrem da doença. E não faltam motivos que podem desencadear o problema: estresse, obesidade, sono inadequado, jejum, alguns alimentos, cheiros fortes, clima seco e muitos outros. A enxaqueca ainda é mais comum entre as mulheres, pois, além de fatores ambientais e emocionais, existem os fatores hormonais.
Na enxaqueca, a dor ocorre geralmente em um dos lados da cabeça, é latejante ou pulsátil, dura de quatro a 72 horas e pode vir acompanhada de náuseas ou vômitos, tonturas, intolerância à luz (fotofobia), barulho (fonofobia), cheiros (osmofobia) e movimentos (cinetofobia).
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Quem sofre com o problema, já experimentou de tudo para combatê-lo. Mas novos tratamentos chegam ao país para ajudar a evitar um dos erros mais comuns de quem sofre com a enxaqueca: a automedicação. “O uso abusivo de analgésicos sem prescrição médica pode transformar uma dor de cabeça que era episódica em enxaqueca crônica com dores de cabeça quase diárias”, explica a neurologista Isabela D’Ándrea Meira.

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Além de analgésicos, anti-inflamatórios e vasoconstritores isolados ou associados para abortar a dor, entre os tratamentos disponíveis atualmente no Brasil estão o uso da toxina botulínica, que permitem uma melhora na qualidade de vida das pessoas com enxaqueca, diminuindo o uso de medicamentos.
Mas a grande novidade para aplacar ou diminuir a intensidade das crises de enxaqueca é mesmo a neuromodulação. Isabela encontrou uma solução para o problema de seus pacientes: o uso do aparelho Cefally. Em formato de arco, ao ser colocado na cabeça, ele gera pequenos estímulos elétricos direto no nervo trigêmeo, principal causador das dores de cabeça, e por meio desses impulsos, altera a forma que a dor é assimilada.
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Segundo Isabela, o Cefally serve para dois estágios: profilaxia (prevenção) e crises crônicas da enxaqueca. “O paciente pode usar 20 minutos três vezes por semana. Já consegui liberar paciente do uso de remédios”, atesta a médica, que é especialista em neuromodulação e epilepsia.
O aparelho pode ser adquirido no mercado por R$ 2,5 mil. Mas a relação custo-benefício, para muitos pacientes que sofrem com o problema, pode valer a pena. Paciente de Isabela há cinco anos, a técnica de enfermagem Fátima Cristina Vieira, de 51 anos, que há mais de 10 sofre do problema, já se considera livre dos remédios e das crises agudas após começar o tratamento por via da neuromodulação. “Antes, tinha pelo menos uma crise séria por semana, sem conseguir sair do quarto. Hoje, mal sinto dor e me livrei de anos de remédios e sofrimento”, conta, aliviada.
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O método não invasivo e sem efeitos colaterais é considerado ideal para quem possui dores de cabeça e crises de enxaqueca frequentes, como enxaqueca comum, enxaqueca com aura, enxaqueca oftálmica, enxaqueca episódica, enxaqueca crônica, enxaqueca menstrual, sinusite, dor na região anterior da cabeça e dor de cabeça crônica. 
COMO USAR
Há cinco anos se tratando do problema%2C Fátima encontrou a solução no aparelho que gera estímulos elétricos no cérebroDivulgação

Com três opções focadas no tratamento das cefaleias, a primeira frequência deve ser utilizada no momento da crise, voltada para a melhora dos sintomas, para reduzir a intensidade da dor. O segundo programa atua na prevenção da enxaqueca e o uso do aparelho deve ser diário, com sessões de cerca de 20 minutos, já que o uso frequente induz a uma diminuição da quantidade, intensidade e até mesmo o desaparecimento das dores. Os efeitos são sentidos cerca de um ou dois meses depois. O nível três serve para amenizar a tensão.

“Não tive nem dor de cabeça durante 10 dias de teste”

“Há quase 30 anos, sofro de enxaqueca tensional, com crises que, às vezes, duravam 20 dias. O uso diário de Topiramato (medicamento indicado para pacientes com epilepsia), durante sete anos, diminuiu a frequência de crises agudas, mas não curou a doença. Ao saber da existência de um aparelho que pode diminuir ou até mesmo acabar com as insuportáveis dores, decidi fazer o teste. O Cefaly é o sonho de qualquer pessoa que sofra de enxaqueca ou fortes dores de cabeça. Experimentei os três níveis durante dez dias.

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O nível, por exemplo, três serve para amenizar a tensão e provoca uma incrível sensação de relaxamento. Bom para usar após um dia estressante numa redação de jornal. Produto aprovado. Não tive nem dor de cabeça nesse período. Vale o investimento de R$ 2,5 mil, já que, certamente, gastei muito mais do que isso em anos usando remédios pesados.
MARTHA ESTEVES, jornalista do DIA

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?TESTE
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De que tipo é a sua dor de cabeça?
1. A dor de cabeça evolui em “crises” que duram de algumas horas a alguns dias, sem nenhuma dor entre uma crise e outra?
A) Sim B) Não
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2. Você já teve pelo menos cinco dessas crises?
A) Sim B) Não
3. Sua dor de cabeça aumenta quanto corre ou sobe escada?
A) Sim. B) Não
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4. Sua dor de cabeça é:
A) Bastante intensa
B) Normal, ela só aparece muito raramente
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5. Sua dor de cabeça quando ataca ela aparece:
A) Localizada em um lado da cabeça
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B) Em toda a cabeça
6. A dor é acompanhada de:
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A) Enjoo
B) Não acompanha nada, só dor mesmo
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7. Quanto você tem dor de cabeça você fica sensível:
A) À luz e barulho
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B) Não fico sensível a nada somente dói a cabeça mesmo
Resultado:
Cada resposta na letra A equivale a 1 ponto.
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7 pontos: seu caso é certamente uma enxaqueca. 5 ou 6 pontos: provavelmente é enxaqueca.
1 a 4 pontos: provavelmente não é enxaqueca. 0 ponto: certamente não é enxaqueca.
Caso o resultado seja acima de 4 pontos é indicado procurar um médico.
(Teste elaborado pelo neurologista Peter Salem Junior - www.petersalem.med.br)

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