Reino Unido aprova manipulação genética de embriões
Pesquisadores querem determinar o motivo de abortos espontâneos. Transplantes continuam proibidos
Por clarissa.sardenberg
Inglaterra - O órgão que regulamenta os estudos de embriologia no Reino Unido autorizou nesta segunda-feira que embirões humanos sejam modificados para pesquisas sobre causas do aborto espontâneo. O método Crispr-Cas9 vai permitir que cientistas se concentrem nos genes defeituosos e os neutralizem de forma precisa. A autoridade reiterou que está proibido o uso dos embriões para transplantes em mulheres.
De acordo com o órgão, os pesquisadores vão estudar os genes que contribuem para desenvolver as células que formam a placenta. Dessa forma, pretendem, determinar o motivo de algumas mulheres sofrerem abortos espontâneos.
"Nosso comitê aprovou a solicitação da doutora Kathy Niakan, do Instituto Francis Crick, para renovar sua licença de pesquisa em laboratório, incluindo a edição genética de embriões", informou a Autoridade de Fertilização Humana e de Embriologia (HFEA, em inglês) em comunicado.
Apesar de a pesquisa já ser liberada no Reino Unido, essa é a primeira vez que a prática recebe autorização formal em um país ocidental. A modificação genética para tratamento continua sob proibição..
Na China, em 2015, cientistas anunciaram que modificaram um gene defeituoso responsável por uma doença letal no sangue. Na época, os pesquisadores afirmar que há "grande necessidade de melhorar a técnica para aplicações médicas", mas a comunidade internacional se assustou com as possíveis consequências éticas que a ação pode ter.