Rio - A construção de duas novas vias expressas no Rio, com custos estimados em R$ 1,1 bilhão e cinco quilômetros de extensão, pode ser a solução para desafogar o trânsito nos acessos à Zona Norte e a importantes vias do Centro. As obras serão propostas pela Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos do Estado do Rio de Janeiro (Seaerj) à prefeitura nos próximos dias e incluem dois viadutos e dois túneis.
Com custo estimado de R$ 800 milhões, a estrutura mais cara a ser sugerida é uma variante viária que partiria da Linha Vermelha, na altura do Caju, até a Avenida Professor Manoel Alves, no Maracanã. A via passaria sobre a Avenida Brasil, seguindo por São Cristóvão, Mangueira e por cima da Radial Oeste. A quantia inclui a perfuração de um túnel no Morro dos Telégrafos, mas não engloba algumas desapropriações que seriam necessárias.
Com a variante, os motoristas que saem da Linha Vermelha com destino à Tijuca, Vila Isabel, Grajaú e Méier não precisariam mais passar pelo Gasômetro, pela Francisco Bicalho e pela Praça da Bandeira. O intuito é desafogar esses locais, que registram um grande volume de tráfego e retenções, melhorando também o fluxo dos transportes públicos. “Essa via poderia propiciar a criação de uma linha de ônibus alternativa para ligar o Aeroporto do Galeão à Barra, passando pela Grajaú-Jacarepaguá”, sugere o engenheiro Francisco Filardi, autor da proposta.
A outra estrutura sugerida, com custo estimado em R$ 300 milhões, incluindo um túnel no Morro do Pinto, prevê a construção de um elevado de um quilômetro para fazer a ligação da Linha Vermelha até o Viaduto 31 de Março, que dá acesso ao túnel Santa Bárbara. A nova via ajudaria a reduzir a quantidade de veículos no Centro.
A expectativa da Seaerj é que os estudos técnicos sejam concluídos até o fim do governo do prefeito Eduardo Paes, em 2016, para que as obras possam ser executadas na próxima gestão municipal, de 2017 a 2020.
Obras teriam duração de até dois anos
Autor das propostas, Francisco Filardi diz que as obras da variante da Linha Vermelha ficariam prontas em até dois anos e exigiriam algumas remoções no Morro dos Telégrafos e nas ruas Coronel Cabrita, General Almério de Moura e da Pedreira, ao lado da Visconde de Niterói. Para a ligação Catumbi-Laranjeiras, o prazo previsto para conclusão é de um ano e também seriam necessárias algumas desapropriações no Morro do Pinto.
“Levando em conta o tempo, os custos e o número de desapropriações, as obras seriam bem menos impactantes do que outras grandes intervenções da cidade, como os corredores BRT e a expansão da Linha 4 do metrô”, afirma ele.
Com 39 quilômetros de extensão, o BRT Transcarioca, que transporta diariamente 320 mil passageiros, custou R$ 1,9 bilhão e levou mais de três anos para ficar pronto. O BRT Transoeste, que tem 52 quilômetros e atende a 180 mil usuários por dia, foi inaugurado em dois anos e recebeu R$ 1 bilhão em investimentos. Já a Linha 4 do metrô, que ficará pronta em 2016, seis anos após o início das obras, demandou um aporte de R$ 8,5 bilhões.
“Se a prefeitura fizer as vias no chão, vai custar um preço. Se fizer elevados, será mais caro, mas numa cidade do tamanho do Rio não é mais possível fazer vielinhas”, conclui o engenheiro.