Por adriano.araujo

Rio - Enquanto a SuperVia planeja aumentar o número de câmeras de segurança e o governo estadual promete mais PMs para o sistema ferroviário do Rio, os passageiros continuam a conviver com a falta de policiamento, assaltos frequentes e muito pouca ação das duas partes responsáveis. Na manhã deste sábado, houve mais um caso de um homem esfaqueado em assalto. Desta vez, na estação de Anchieta, onde os criminosos roubaram os pertences de pelo menos mais quatro passageiros.

Na quinta-feira, O DIA percorreu todas as estações dos ramais Japeri e Belford Roxo e observou a falta de agentes na grande maioria. Em Japeri, uma das poucas que contavam com estes agentes de controle, uma passageira teve o celular roubado às 12h45. O ladrão fugiu sem ser abordado e causou indignação no trem.

Os trens operados pela concessionária levam cerca de 650 mil passageiros por dia. Os frequentes casos de violência preocupam os usuáriosAndré Mourão / Arquivo / Agência O Dia

“É por isso que a gente passa todos os dias. Você viu o que o guardinha fez? Nada. Ficou olhando o cara sair correndo como se nem fosse com ele”, reclamou a passageira Geisa Macedo, de 44 anos. Questionado pela equipe de reportagem sobre o porquê de não ter tomado providências, o agente, que estava sem identificação, respondeu de forma ríspida: “não te interessa. Está se metendo nisso por quê”.

O secretário estadual de Transportes, Carlos Roberto Osorio, admitiu o problema e afirmou que providências para melhorar a segurança nos trens estão sendo tomadas.

Só 30 PMs no grupamento 

“Segurança nos trens, metrô e barcas é nossa prioridade. Já conversamos com o comandante da Polícia Militar, que vai triplicar o efetivo do batalhão ferroviário até o fim do ano, passando de 30 para 90 policiais, o que dará maior sensação de segurança”, disse Osorio. Ainda assim, parece pouco: a SuperVia tem 107 estações e 270 quilômetros de trilhos.

O secretário acrescentou que vai cobrar maior articulação entre a concessionária e a Polícia Civil, a exemplo do que foi feito no metrô, com relação às imagens das câmeras de seguranças que estão sendo implantadas pela SuperVia. “No metrô, isso funcionou a contento e não temos incidentes há dois meses.”

A vítima de ontem não foi identificada e teve ferimentos leves na mão. Segundo a 31ª DP (Ricardo de Albuquerque), os agentes realizam diligências em busca de testemunhas e imagens do criminoso. Nos últimos 30 dias, outros dois casos de violência no sistema ferroviário chamaram a atenção: Pedro Santa Cruz, de 18 anos, foi esfaqueado ao ter o celular roubado na estação de Deodoro e a estudante Naiara Ramalho Vacarri, de 26 anos, perdeu o braço ao cair do trem durante um assalto.

?Mil câmeras até 2016

A SuperVia informou mais uma vez, através de nota, que “a segurança pública no sistema ferroviário fluminense é atividade típica e exclusiva do Estado” e que a secretaria de Segurança Pública “tem auxiliado no reforço das rondas ao longo do sistema e a concessionária ampliou essa atuação com o suporte de Policiais Militares contratados dentro do Programa Estadual de Integração de Segurança (PROEIS)”.

A Supervia informou também que, desde 2011, vem investindo em equipamentos para melhorar a segurança dos passageiros e da operação e que atualmente já dispõe de 623 câmeras de monitoramento.

“A SuperVia, por meio de um investimento de R$ 12,5 milhões, pretende ampliar a instalação de equipamentos de circuito fechado de monitoramento, alcançando um total de mil câmeras até meados de 2016”, afirmou a concessionária, na nota. “Acreditamos que estas medidas terão grande impacto na redução da violência”, disse Carlos Osório.

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