Por felipe.martins

Rio - A Zona Norte pode ser a próxima região do Rio a ficar mais ‘laranjinha’. A prefeitura estuda expandir o Bike Rio, serviço de aluguel de bicicletas que já faz parte da rotina dos cariocas sobretudo nas áreas do Centro, Zona Sul, Barra da Tijuca e Grande Tijuca. Se a ideia sair do papel, moradores de seis bairros serão beneficiados: São Cristóvão, Ilha do Governador, Méier, Engenho de Dentro e Grajaú, além de Curicica, na Zona Oeste.

A demanda foi constatada após pedidos de associações de moradores e de ciclistas à Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Smac), que cuida dos projetos cicloviários e das estatísticas do uso de bicicletas. A Secretaria Especial de Concessões e Parcerias Público-Privadas (Secpar), responsável pelos contratos de concessão, faz estudos para confirmar a viabilidade da expansão e elabora projeções.

José Randal ressalta a economia ao utilizar as bicicletas de aluguelDivulgação

Moradores defendem que o projeto é importante para complementar o transporte público e integrar os modais. “Grande parte de São Cristóvão não é bem servida de transporte. As pessoas poderiam ir de bicicleta para os pontos onde vão pegar trem, ônibus ou metrô”, diz Luiz Fernando dos Santos, presidente da associação de moradores local.

Para o presidente da associação de moradores do Galeão, na Ilha do Governador, os passageiros das barcas no Cocotá seriam os principais beneficiados no bairro. “Perto da estação das barcas tem espaço para ter uma estação e os moradores de toda a região poderiam usar as bicicletas para ir de lá até suas casas.” A Secpar informou que o contrato assinado em 2013 com a Serttel, prestadora do serviço das bikes patrocinadas pelo Itaú, não exige nova ampliação do projeto até 2018, quando expira a parceria (que pode ser renovada). No entanto, segundo o órgão, uma expansão pode ser acordada antes. Não foi informado prazo para concluir os estudos e ainda não há traçado das estações. Especialista em mobilidade da Uerj, Alexandre Rojas acredita que não haverá dificuldade para a ideia avançar. “Que patrocinador não quer estar associado à sustentabilidade ambiental?”, avalia.


Uso intenso nos dias úteis

Desde 2014, as bicicletas de aluguel passaram a ser mais utilizadas em dias úteis do que em fins de semana. Para a prefeitura, significa que o Bike Rio deixou de servir só ao lazer e virou um meio de transporte. Em 2015, foram realizadas, em média, por dia, 7.590 viagens nos fins de semana e 8.212 nos demais dias. Em 2012, havia média de 3.887 utilizações diárias aos sábados e domingos, contra 3.393 de segunda a sexta. Desde outubro de 2011, foram mais de 7,5 milhões de viagens ao todo.

O empresário Douglas Monteiro, 45, é usuário rotineiro do Bike Rio. Ele prefere ir pedalando do escritório, na Glória, até os Correios no Centro a enfrentar o trânsito. “Levo meia hora de carro. De bike, 10 minutos. Eu me exercito e poupo o meio ambiente”. O professor de Educação Física José Randal, 25, também pedala diariamente da Zona Sul ao Centro. “Gasto menos do que de metrô”, ressalta.

Ambos dizem que preferem alugar o Bike Rio a usar suas próprias magrelas devido a riscos de assalto, mas reclamam da falta de manutenção das laranjinhas.

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