Nos últimos cinco anos, o Rio reduziu em 58% o número de acidentes fatais envolvendo bicicletas, de acordo com dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde.
Um dos principais fatores para a queda no número de mortes é a divulgação de campanhas sobre a importância do melhor convívio entre motoristas e ciclistas nas pistas, como o programa Rio Capital da Bicicleta, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. A iniciativa desenvolve, em parceria com o Detran-RJ, ações permanentes de educação para o trânsito e incentivo para o uso do meio de transporte. Segundo o secretário Carlos Alberto Vieira Muniz, desde 2014 não há registro de acidentes fatais na cidade.
“O Rio saiu na frente na América Latina – ao lado de Bogotá – na implantação da bicicleta como meio de transporte para curtas distâncias. Atualmente, o carro é um equipamento inviável para grandes cidades. Portanto, a bicicleta terá cada vez mais espaço. Com a criação de ciclovias, bicicletários e a conscientização, fazemos com que a sociedade se interesse cada vez mais.Para se ter uma ideia, em 2010 apenas 1% das mulheres utilizavam o modal. Hoje, são mais de 40%. E nenhuma morte há quase dois anos”, diz.
Bicicletas como meio de transporte
Rodrigo Araújo, 26, auxiliar administrativo, é morador da Rocinha e vê a ligação da ciclovia entre a Barra e a Zona Sul como uma das principais obras da cidade. “Centenas de pessoas que moram aqui utilizam a bicicleta como o principal meio de transporte. Ano que vem, vamos poder ir trabalhar nos bairro do entorno de bike. Sem gastar dinheiro e de forma segura”, acredita. A previsão é que a construção da ciclovia entre Leblon e Barra da Tijuca fique pronta no próximo ano. Atualmente, são registradas mais de 1,5 milhão de viagens por dia na cidade do Rio, o que corresponde a cerca de 5% dos deslocamentos da capital.
Incentivos sustentáveis geram oportunidades
Com a demanda dos ciclistas, novas oportunidades de negócios surgiram. Esse foi o pensamento de Frederico Lima e seus outros dois irmãos, que abriram, há nove meses, a Bike Rio Café. O estabelecimento, que fica no Centro, oferece serviço de bicicletário, área para banho, café, almoço, conserto e manutenção e armário para roupas. “Com mais ciclistas e ciclovias, inovamos e abrimos o espaço. Hoje tenho demandas de diferentes regiões da cidade, como Zona Norte e Zona Sul. Tenho certeza que outras estruturas como essas serão lançadas, o que irá beneficiar o mercado. Vivemos um outro momento. E não terá volta”, conclui.
Para o presidente da Comissão de Segurança no Ciclismo do Rio de Janeiro, Raphael Pazos, a diminuição registrada na pesquisa do Ministério da Saúde indica um novo momento para quem utiliza o modal. "Há cerca de cinco anos, vejo o que chamo de “cicloculturalização” da população do Rio para o uso da bicicleta. A cada quilômetro de ciclovia ou ciclofaixa construído, o governo diz para a sociedade: Vá de bicicleta! Com isso, é possível ver um aumento considerável de pessoas que utilizam o modal para transporte, turismo, lazer e negócio. Com mais ciclistas nas ruas, maior entendimento dos direitos e deveres de cada um no trânsito”, afirma.
- Apenas ultrapasse em
local seguro
- Use os braços para sinalizar
- Não pedale na contramão
- Dê preferência aos pedestres
- Fique na faixa da direita
1,5m dos ciclistas
- Dê preferência aos ciclistas
e aos pedestres
- Cuidado com os cruzamentos
- Respeite a sinalização