Por bferreira

Rio - Já dizem os norte-americanos que, em uma guerra, a primeira vítima é a verdade. Nos ataques incessantes que os profissionais de Enfermagem vêm sofrendo da classe médica, várias verdades já foram atingidas impiedosamente. Nós, como bons enfermeiros, temos o dever de restabelecer essas vítimas. E a verdade mais bombardeada pelos médicos permanece viva e forte: a Enfermagem é, sim, importante para o ambiente da Saúde no Brasil. Em qualquer equipe, o profissional de Enfermagem é fundamental e essencial.

A classe médica, no entanto, reagiu de forma insana aos vetos da presidenta da República, Dilma Rousseff, à Lei do Ato Médico. A queda do Artigo 5º acabou com a chance de o médico encabeçar pretensa e sonhada (pela classe médica) hierarquia nas equipes multiprofissionais. E os vetos ao Artigo 4º derrubaram um corporativismo que só atendia aos médicos — em prejuízo da população. O artigo tentava reservar só para essa classe as atribuições do exercício profissional de diferentes trabalhadores — imaginem se a enfermagem, a fisioterapia, a psicologia e a nutrição fossem parte de reserva de mercado! A Enfermagem ainda pode dar assistência no pré-natal e prescrever medicamentos — atribuições devidamente autenticadas pela Lei 7.498/1986.

Os ataques — de forma direta ou dissimulada — que ganharam a mídia e as manifestações de rua beiram uma irresponsabilidade criminosa por confundir a população, eterna desamparada diante da crônica situação de penúria da saúde pública. Isso perturba sobretudo os usuários. Confundir a população diante do que diz a lei só serve aos interesses de uns poucos. Não ao cidadão que precisa do serviço. Nesta guerra em que o alvo é a verdade, o povo tem tudo para ser a próxima vítima.

Presidente do Conselho Regional de Enfermagem

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