A gestão do transporte público de uma metrópole complicada e espremida como o Rio nunca será tarefa estanque. É preciso pensar e repensar os modais, prever problemas e levantar soluções. Nenhuma sociedade terá plena mobilidade se os meios não passarem por permanente evolução. Mas o que se vê, em alguns casos, é exatamente o contrário: acomodação e abandono. Sexta-feira, O DIA mostrou a lamentável situação do BRT Transoeste no trecho final. Hoje, o jornal traz notícia no mínimo curiosa: o metrô não sabe qual a sua capacidade máxima.
O CASO DO CORREDOR expresso de ônibus é gravíssimo. Há uma dúzia de estações largadas à própria sorte — ou ao azar de não contar com uma nesga do poder público. Quando não se deterioram, são alvo de saques, viram moradia para mendigos ou, pior, abrigo para traficantes.
NO METRÔ, é intrigante esse ‘desconhecimento’. Capacidade máxima deveria ser dado tão básico quanto a média de passageiros. São números elementares para começar contas igualmente simples, mas inadiáveis: a expansão da rede e a ampliação da oferta. Incomoda saber que só agora, com a Linha 4 avançando até a Barra — o que trará impacto brutal no sistema —, está se buscando esse dado.
VALE LEMBRAR que o Transoeste e a Linha 4 estão intrinsecamente ligados, pois, em algum ponto do futuro — espera-se que não seja longínquo —, os sistemas se conectarão. No BRT, muito entristece ver que dinheiro público empenhado em obra cantada como a salvação da lavoura para o transporte público está sendo desperdiçado. São erros que custam caro e mantêm o Rio no atraso.