Rio - Entre as iniciativas mais felizes do chamado período militar, em que o Congresso elegia presidentes oriundos das Forças Armadas, estavam a Semana da Pátria e o Projeto Rondon. A primeira criava série de atos de sentido cívico e patriótico na semana do Sete de Setembro, incluindo aí medidas de caráter administrativo de importância.
Foi assim que, no governo Negrão de Lima (sendo ministro do Interior, o deputado pernambucano e general Costa Cavalcanti), se assinou o Programa Sete de Setembro, em que o presidente Costa e Silva liberava financiamento do BNH para a construção de 35 mil unidades habitacionais na cidade do Rio, com as quais se removeu as favelas do entorno da Lagoa.
Já o Projeto Rondon unia uma operação militar aos estudantes universitários para série de visitas ao interior, para que os jovens conhecessem a realidade de um país continental como o nosso. Este projeto, o presidente Lula chegou a pensar em reativar, levando a mocidade a conhecer desde os problemas do sertão nordestino às grandes obras, como Itaipu.
Na verdade, faltam formação e informação a uma mocidade que precisa assumir responsabilidades cívicas. É preciso ter consciência de nossas potencialidades, de nossos graves problemas sociais, de educação e de saúde. Não pode haver homens felizes, nem famílias, se não estiverem inseridos numa sociedade mais justa, sem violência, sem ódios de qualquer natureza, com solidariedade e trabalho. Com ordem e segurança.
Fazer o Brasil mais bem entendido servirá muito à democracia. Ajudará a afastar o populismo que prejudica os menos favorecidos. Para ficar em um exemplo apenas, os números oficiais apontam para a perda de 120 mil empregos de domésticos no Brasil desde que foi criada esta demagógica legislação, elitista e até mesmo cruel em alguns casos.
Exploraram a ingenuidade dos bem-intencionados. Convém não se esquecer de que as bravatas do então governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra, contra a Ford custaram à fábrica que ali se instalaria e que hoje é parte significativa no progresso da Bahia, que viveu seus melhores momentos na era ACM. A ideologia leva alguns a odiar mais os ricos do que amar os pobres! Semana da Pátria serve também para se meditar sobre a nação.
Aristóteles Drummond é jornalista