Por tamyres.matos

Rio - O levantamento do Ministério da Saúde que aponta que mais da metade dos brasileiros (51%) está acima do peso sugere que boa parte da população não está levando para o dia a dia uma alimentação balanceada e/ou a prática de esportes. Porém, por mais que nossa cultural atual, entre outros fatores, siga a ditadura da magreza, ter uns quilos a mais nem sempre significa uma saúde em risco.

É possível estar acima do peso, mas, através de uma alimentação balanceada e prática de esportes, ser tão saudável quanto os outros 49% dos brasileiros, podendo até apresentar melhores condições de saúde diante uma pessoa magra sedentária. Agora mesmo, no Campeonato Brasileiro, o atacante Valter, do Goiás, vem se destacando, fazendo gols, apesar de assumidamente não ter o perfil físico de um atleta.

E praticar esportes se torna um importante aliado, pois reduz o impacto dos efeitos prejudiciais da gordura. Os exercícios ajudam na dilatação dos vasos sanguíneos e melhoram a resistência à insulina. Além disso, uma pessoa pode estar acima do peso, mas ter genes que não favorecem à elevação dos níveis de colesterol e triglicérides, desequilíbrios frequentemente associados a problemas graves como enfarte e derrame. Por outro lado, aquele que não briga com a balança pode ter os genes que fazem esse risco aumentar em excesso.

As evidências, contudo, não devem funcionar como aval para o desleixo. Quem está acima do peso não deve deixar de buscar auxílio médico, de fazer uma dieta balanceada e de praticar atividades físicas. Todos os parâmetros que são sinais de doença, como diabetes, colesterol, triglicerídeos, distúrbio do sono e gordura no fígado, devem ser revisados. O problema de ser gordinho é que, com o passar dos anos, o ganho de peso tende a fugir do controle. E a obesidade, que acaba sendo consequência, reduz dramaticamente a qualidade e o tempo de vida.

Eduardo Duarte é coordenador do Check-up do Centro de Medicina Nuclear da Guanabara

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