Por tamyres.matos

Rio - Embargos infringentes? É o que a turma do Mensalão propôs ao Supremo Tribunal Federal, aproveitando-se da brecha da não unanimidade do veredicto sobre a culpa dos réus. É claro, tinha que ser aceito; afinal, é uma decisão que envolve o futuro de pessoas importantíssimas para a história do nosso Brasil.

É trágico dar importância e mídia a um bando de espertos que se apropriaram do dinheiro público. Uma desfaçatez sem limites! Depois, quem foi, quem é José Dirceu? O cabeça? Com certeza! O que ficou dele? Alguém que prestou maus serviços à nação no governo Lula a mando ou não do ex-presidente. Um meliante junto com o resto da quadrilha ocupando o Judiciário.

Será mesmo isso matéria para chegar ao Supremo? Isso não seria caso de prisão em cela de delegacia? Tem que ser como qualquer sujeito descoberto em roubo e desvio de dinheiro público, pensamos nós, cidadãos comuns! Ficam eles gastando a toga preta do Supremo, cheios de pompas e circunstâncias, com tantos processos mais importantes a serem julgados.

Nesse clima, assistimos a alguns ministros se referindo a eles cheio de cuidados, coisa típica de quem lida com celebridade. O ministro Celso de Mello, fazendo cara séria, tentando justificar seu voto, desempatou e não convenceu a população! Que serviços relevantes essas criaturas prestaram à nação? A saber, nenhum. Tudo meliante sendo tratado a pão de ló.

Onde andam a Receita Federal e o Ministério Público? Não vão averiguar a fonte do dinheiro gasto com advogados no dia a dia de suas vidas e a origem dos seus patrimônios? Se o cidadão comum, na sua declaração de renda, errar em alguma coisa, é chamado na hora para pagar pelo pequeno lapso. Esse é o país em que se engole um elefante e se engasga com uma pulga!

O desfecho? Muita honra para bandido de colarinho branco. Prestigiados pelo Supremo, inconformados com o julgamento, alegaram falta de provas. Pediram segunda chance e ganharam! Outro julgamento? Só ano que vem, depois do Carnaval! Brasil, meu Brasil brasileiro, terra de samba e pandeiro! Esse coqueiro que dá coco, esse Supremo que dá chance! Canta, Brasil!

Fernando Scarpa é psicanalista

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