Rio - Na cabeceira da pista de pouso com sua pequena aeronave (PSB), o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, prepara-se para decolar em voo solo rumo às eleições presidenciais de 2018. A bordo, empresários do setor de infraestrutura, como Germano Gerdau Johannpeter e Sérgio Andrade, assessoram seu plano de voo, mas sem dar apoio declarado às suas pretensões em 2014.
No setor financeiro, Roberto Setubal, do Itaú-Unibanco, é opositor declarado ao governo Dilma e contra as intervenções da equipe econômica no Banco Central na indução da política monetária. O segmento do capital financeiro privado sofre os efeitos cruzados das concorrências dos bancos do governo, BB e Caixa Econômica, que expandem as atividades e batem recordes de lucros. Setubal, isolado, deve embarcar no voo do governador em decorrência do naufrágio da candidatura de Aécio Neves.
No aeroporto da capital paulista, Eduardo faz conexão no plano nacional com a candidatura do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, ao governo do estado, como base e com redes de apoios nas outras capitais do país através de Armando Monteiro Neto, ex-presidente da CNI. Skaf não tem voto, não é unanimidade de preferência do empresariado e não tem sustentação partidária. É apenas um tripulante do pré-candidato.
Para os analistas mais atentos das eleições de 2014, aconselho olharem para a torre de controle de voo do espaço aéreo, que está sob o comando do ex-presidente Lula, que deve obrigar a pequena aeronave do Eduardo a fazer pouso forçado no segundo turno. Ele deve desembarcar à espera de que a aerovia da oposição fique descongestionada para continuar seu voo solo rumo a 2018. Dilma reeleita com apoio de Eduardo?
Economista e analista político