Rio - É histórica a decisão da mais Alta Corte do país em mandar para a cadeia boa parte dos envolvidos no Mensalão, maior escândalo da era Lula, que foi a compra de votos de parlamentares no Congresso para aprovar projetos de governo, em 2002, comprovada nos autos. Lava a alma dos brasileiros e é um exemplo de cima do Estado, ao trancafiar figuras proeminentes. O país, enfim, começa a virar a página, que marca há décadas a sua história: a impunidade aos corruptos. Ao mandar à prisão ex-ministro de estado, ex-presidente de partido, políticos, empresários, diretores de banco etc, o recado curto e grosso de que a lei vale, sim, para todos foi dado.
As prisões dos mensaleiros, no dia da República, são emblemáticas. Surpreendem até pelo fato de, há bem pouco tempo, o Supremo aceitar os tais embargos infringentes das defesas, o que gerou frustração e a expectativa de arrastar ainda mais o longo processo e, pior, de que os acusados escapassem da punição. Mas não. Graças ao trabalho hercúleo dos juízes-ministros do STF e principalmente de seu presidente, Joaquim Barbosa, que merecem todos os aplausos, a justiça, após mais de dez anos, foi feita, e doze dos acusados começaram a cumprir desde sexta-feira a suas penas.
Num país onde a corrupção empesteia por todos os lados, surrupiando verbas que poderiam ser canalizadas para áreas carentes de investimentos, como saúde, educação e transportes, as prisões dos mensaleiros podem ser o início do fim à roubalheira país afora. O que se espera agora é que todos os apenados cumpram suas sentenças. A democracia, os gritos das manifestações de ruas e os que lutam por um país mais justo e melhor agradecem.