Por bferreira

Rio - O Brasil precisa avançar no direito do empregado defender as oportunidades de melhorar seus rendimentos pela via do trabalho e do esforço, não do paternalismo. Este acaba por limitar o mercado, com prejuízos econômicos e sociais. Bons empregos pedem bons empregados. Recentemente, o comércio de Petrópolis, que vive basicamente dos visitantes de finais de semana, foi impedido, por decisão solitária do sindicato, de abrir suas portas em feriado que caiu num sábado, no início do mês. O trabalhador e o pequeno empresário, que também é um trabalhador, perderam na receita do dia e mais no acréscimo proporcionado pelo feriado. Em alguns setores, como o de eletrodomésticos e o de material de construção, o comerciário ganha mais em comissões de venda do que em salário fixo. Agora, semana passada, a categoria reagiu a demagogia e exigiu a abertura, com excelentes resultados, numa proporção de oito por um na Assembleia. A livre negociação é a solução, caso a caso.

Em todo o mundo, a tendência é permitir que o comércio tenha ampla liberdade de escolher seus horários de funcionamento. Em Búzios, centro de turismo de praia, as lojas mais sofisticadas, nos finais de semana, abrem a partir das 14h e vão até à meia-noite. Seria inviável com horário semelhante ao de outras cidades. Nos locais de alta estação de turismo, no mundo desenvolvido, o emprego cresce em função do aproveitamento temporário, que beneficia especialmente os mais jovens, estudantes, em geral. No Brasil, os custos e ameaças são de tal monta que se pensa duas vezes antes de uma contratação. E os estágios estão ameaçados por decisões da Justiça e pode esvaziar entidade da relevância do CIEE.

Nas grandes empresas e no setor público, é a greve que dificulta a vida da população e desgasta funcionários. Nas pequenas, é a intervenção indevida dos sindicatos e do poder público no gerenciamento de horários que devem ser estipulados entre as partes, garantidos os direitos trabalhistas. Relações engessadas não são as mais convenientes. Muito menos os de inspiração eleitoreira equivocada. Talvez pelos sindicalistas estarem afastados de seus empregos , não percebem que o trabalhador quer é trabalhar . Neste ritmo populista vamos acabar limitando os empregos, estes sim, o patrimônio maior do trabalhador.

Jornalista

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