Por bferreira
Rio - A aprovação pelo Congresso Nacional do fim do voto secreto nas sessões para decidir sobre a cassação de mandatos de parlamentares é mais uma vitória das ruas que merece ser comemorada sem silêncio. O voto escondido era uma daquelas excrescências da política contra as quais a população se indignou e rechaçou nas manifestações país afora, pedindo reformas urgentes. O voto aberto em plenário é o primeiro passo para essas mudanças.
Ao ser promulgada hoje, a nova regra chegará em boa hora. A tempo de o parlamento corrigir erro histórico, e que produziu mais desgastes ainda à Casa, que foi a manutenção de mandato do deputado Natan Donadon (sem partido-RO), condenado a 13 anos por desvio de verbas e preso na Penitenciária da Papuda em Brasília.
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O escárnio que representou à sociedade a votação na moita de seus pares, mantendo Donadon deputado, pode ser compensado agora, com a votação em aberto de novo parecer pela cassação do condenado, aprovado ontem pela Comissão de Ética.
Ganha o Congresso uma segunda chance depois do nefasto episódio. Acende também o sinal verde, e por que não, para as cassações dos deputados mensaleiros, dando fim à velha estratégia corporativista que tem marcado a história da Casa do povo.
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Ganham mais uma vez a sociedade, que fez valer o seus direitos. O voto aberto é conquista que se soma a outras bandeiras, como a Ficha Limpa, que veta candidatura de condenados, criada após um clamor nacional. Que a classe política esteja aberta a novas medidas moralizadoras ecoadas dos gritos das ruas. O país e a democracia agradecem.