Por adriano.araujo, adriano.araujo
Rio - Brasil, a pátria dos Joaquins! Joaquim Nabuco, jurista do Império; Joaquim José da Silva Xavier, nosso mártir da Independência, e, no presente, Joaquim Barbosa, atual jurista da República. Até na umbanda tem um Pai Joaquim. Será um nome destinado a ser pai? Joaquim Barbosa é o grande pai negro da nação. Aquele que vigia para que nada de errado prospere. Munido de capa preta e poder, ainda assim, ele tem que dançar a música das travessuras dos recursos da lei. Mas não há problema. Como sempre se diz: ela, a nossa justiça, tarda mas não falha. Joaquim cuida dos filhos que se desvirtuaram e que precisam de um pai que lhes dê limites para retomar o caminho abandonado quando seduzidos pelo dinheiro fácil. Esses mesmos que, no passado, perseguiram os foras-da-lei, hoje ocupam o lugar que já foi deles. Uma contraditória situação, já que acabaram no posto dos que desfrutavam do país saqueando a pátria mãe. Mas Pai Joaquim está ai, não o da umbanda, mas o da lei, da República. O que traduz as leis terrenas e, por que não?, divinas.
Os meninos não introjetaram a lei, não aprenderam o certo e o errado. Aquilo que a mãe ensina à criança desde cedo: “seu pai vai chegar, vou contar a ele o que você fez”. Alguém se lembra disso? Já eram elas ensinando que há alguém que deve ser respeitado numa instância maior. Infelizmente, algumas circunstâncias levam a maus agenciamentos. Alguns fazem conexão com a luxúria, o poder e o crime. A opulência à qual o PT sempre atacou e criticou acabou desejando e se refastelando enquanto no poder. Seria inveja todos os ataques do passado? Que modelo resolveram seguir? O dos quem tanto no passado atacaram? Tudo indica que sim. Voltemos ao pai Joaquim Barbosa, o que ensina que há punição. Os meninos tentaram de todo jeito burlar a lei, enganar o papai que, atento, não deu mole. Ele “não prende e arrebenta”, como o ex-presidente João Figueiredo, mas faz cumprir a sentença como ninguém. Deu todos os direitos de defesa. Quanto maior é o direito de defesa maior é o peso da sentença! Não há do que reclamar, só aprender. Certo? Diria meu pai que também se chamava Joaquim.
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