Por bferreira
Rio - Quando praticamente todos os índices do ISP — principal ferramenta de acompanhamento da segurança pública no estado — sobem com força, é preciso parar com retóricas e buscar soluções consistentes. O DIA ontem mostrou preocupante escalada de ocorrências. Os números, que no início do ano chegaram a mínimas históricas e foram motivo de justa comemoração, tomaram viés de alta. Não surpreende: apenas reflete-se o ambiente tenso nas UPPs e a reincidência de diferentes crimes.
Os arrastões nas praias podem ser a face mais visível dessa fase, mas os dados escancaram panorama ainda mais grave. Subiu a “letalidade violenta”, guarda-chuva estatístico que engloba homicídios, latrocínios e autos de resistência — logo o tópico que, meses atrás, era o centro das bateções de bumbo. O aumento dos “crimes de rua”, com roubos de toda a sorte, ajuda a compor o cenário. O carioca volta a temer, e a imagem do Rio lá fora torna a se macular.
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Já se culparam as manifestações do meio do ano por lacunas do patrulhamento que teriam deixado o crime recrudescer. Os protestos minguaram. Problemas se multiplicaram nas UPPs, com ruidosos atritos e desvios de conduta. E cada vez mais se ouvem disparos nas comunidades, o que prova falha no combate à movimentação de armas e munição.
Não se trata de oscilações pontuais, mas de diagnóstico claro. Felizmente, a máquina da pacificação, que apresenta resultados esplêndidos, é muito maior que a curva ascendente do crime. O estado, porém, precisa retomar as rédeas da situação, pois leniência pode levar ao passado.
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