Por nara.boechat
Rio - Mais polícia nas ruas é o que a população do Estado do Rio de Janeiro quer para o combate à criminalidade, sobretudo em um momento em que os índices de assalto à mão armada a pedestres e de ataques a residências vão aumentando. Mas o desejo é de ver forças de segurança plenas, equipadas e muito bem treinadas. Por isso, causa espanto e ao mesmo tempo preocupação a revelação de que grupo de policiais militares paga do próprio bolso treinamento de tiro a alvo na Baixada Fluminense, como O DIA revelou ontem, com exclusividade. O treinamento acontece em estande particular de Mesquita, e cada policial tem que desembolsar R$ 100 por 50 disparos feitos com munição reciclada. A denúncia expõe mais uma fragilidade da polícia fluminense e exige da cúpula da Segurança pronta resposta.
É inaceitável que novos policiais tenham importante e elementar técnica de combate adiada, por excesso de burocracia da corporação e, com isso, se prestem ao expediente de financiar o próprio treinamento.
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A estes homens da lei, o cidadão deve total respeito e aplauso, porque demonstram zelo pelo cargo que ocupam e apreço a quem deve proteger. Ninguém seria obrigado a custear teste de disparo ou fazê-lo em horas vagas, e muitos poderiam simplesmente lavar as mãos por tão grave omissão do estado.
Cabe lembrar que acurácia no manuseio de arma de fogo é prerrogativa inegociável: precipitação no disparo, por exemplo, pode desencadear um bangue-bangue com consequências imprevisíveis e sangrentas.
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É hora de a secretaria de segurança corrigir o deslize. À população, fica a imagem de efetivos mal treinados, formados de supetão, para entulhá-los numa pacificação ou num patrulhamento ostensivo que certamente serão ineficazes. É preciso investir tempo e dinheiro para uma polícia eficiente.