Por bferreira
Rio - A compreensão do valor humano, social e político da diversidade, em suas mais variadas expressões, é algo necessário à convivência orientada pelo respeito, pela solidariedade, pela consideração ao ‘outro’ e por princípios de relações sociais emancipadoras, fraternas e democráticas.
A rejeição às diferenças favorece e justifica desigualdades, que se traduzem na desconsideração a direitos humanos, com sérios prejuízos à sociedade, promovendo e acentuando tensões, associadas à subalternização e exclusão de indivíduos, grupos e até, mais amplamente, de povos e nações.
Publicidade
Sentir-se, desconfortavelmente, desigual pode ser evidência de que o tratamento que se recebe é também desigual ao daquele que recebem as demais pessoas com quem se convive nos ambientes sociais. É sinal de que há algo que exclui o sujeito dos demais no seu entorno, e essa exclusão pode ser atribuída a características pessoais que catalisam, provocam, justificam um tratamento discricionário. Essas considerações sobre ‘sentir-se desigual’ aplicam-se também a grupos e coletivos de sujeitos aos quais se atribuem categorias e classificações que os inferiorizam por sua forma de ser.
São, portanto, perversos os efeitos da discriminação de pessoas, cujas características étnico-raciais, culturais, de religião, de nacionalidade, de identidade de gênero, de condições físicas e mentais, de aparência e de idade (além de outras) não atendem a padrões hegemônicos, pré-estabelecidos, inflexíveis e equivocados, que lhes atribuem estigmas e estereótipos excludentes, por sua forma de ser e inserir-se na vida social.
Publicidade
A consideração à alteridade implica na qualificação do outro, sua história, sua origem, suas peculiaridades, sua autonomia, considerando-o como sujeito social e, portanto, como cidadão, com significativa presença e importância política e cultural na sociedade.
A educação, a escola, a pedagogia, com sua proposta e compromisso de formação humana, estão envolvidas no projeto de uma sociedade inclusiva, na qual as singularidades sejam reconhecidas e valorizadas com perspectivas mais reais e menos preconceituosas. Essas perspectivas auxiliam a redesenhar, com tons mais sensíveis, os ambientes e as relações sociais.
Publicidade
Professora e autora do livro ‘A escola diante da diversidade’