Por thiago.antunes
Rio - O que é uma pessoa objetiva? Aquela que é prática, vai direto ao assunto? A burocrática, que tem tudo anotadinho, líquido e certo? A que não tem papas na língua e fala o que pensa? Ou a que resolve logo o que tem que resolver? Nenhuma das opções anteriores, penso. Depende do seu objetivo. Uma pessoa objetiva é aquela que se move em busca do objeto de sua preferência.
Comprar um apartamento por causa de uma árvore que fica diante da janela pode ser uma atitude objetiva, se o seu objetivo é todo dia, ao acordar, olhar para uma vista bonita. Ele pode ser longe do metrô, mal ou bem localizado, pequeno ou grande demais, ter problemas indissolúveis, defeitos mil e você nem notar, se o seu intuito estiver satisfeito.
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O que o leva a se deleitar está presente na situação? Você está pleno com o que se apresenta? Trabalhou em busca desse resultado? Então foi direto ao seu ponto e isso torna as coisas mais curtas para você, mais claras, diretas, satisfatórias.
“Vocês vão ficar para o almoço?”, ela pergunta. “Não, não vamos ficar”, ele responde, sem chance de contra-argumentos e tréplicas. Já está dito, respondido, com ponto. Botar ponto nas frases está cada vez mais raro. Usa-se muito as reticências. Com medo de magoar, o outro se violenta nas reticências quando quer mesmo é botar ponto, parágrafo.
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Está certo e é objetivo esse que vos responde sem interrogações, porque não deixa ninguém chateado, nem se chateia. Não há motivos por trás, confabulações, nada. Há uma pergunta e uma resposta, pronto, é isso, sem mais delongas.
Minha avó falava: a vida é simples, complicam porque querem. Tudo se resume a “sim” e “não”. A base de tudo, de andar para a direita ou para a esquerda, vem desses dois advérbios. Quem vive assim, mais diretamente, deve viver melhor.
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Talvez se diga que esses são os mais ranzinzas, com menos jogo de cintura, mas são esses os mais objetivos, pois sabem o que querem e não se agridem.
Um amigo contou que, quando a mãe dele aprendeu a usar o “sim” e o “não” ao fazer terapia, tudo ficou tão radical em sua casa que até no almoço ela demorou a aprender o bom uso das duas palavras mágicas. Era: ”Me passa o arroz?”, e a resposta vinha certa: “Não”. Brincadeiras à parte, não enrolar o outro, nem a si mesmo, quando a circunstância se apresenta, é o mais objetivo. Saiba o que quer e já tem aí meio caminho andado.
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