Por tamyres.matos

Rio - Os governos dos estados do Colorado e de Washington, nos Estados Unidos, que liberaram o consumo da maconha para fins recreativos e vão supervisionar o cultivo, a distribuição e até o marketing, vão dar uma alavancada na economia. Segundo pesquisa, a venda da maconha deve saltar de 1,4 bilhão de dólares para 2,34 bilhões. Mas, no futuro, quantos milhares de jovens serão afetados por essa decisão?

A partir de agora, esses jovens vão poder consumir, sem problemas, uma substância que, comprovadamente, afeta o cérebro humano, principalmente do adolescente, e reduz o desempenho escolar. E ainda pode aumentar o número de pessoas com problemas de memória e esquizofrenia.

Foi comprovado estatisticamente que em todos os países em que a maconha foi legalizada — como na Suécia, nos anos 70 —, houve um aumento de consumidores. A maconha pode não viciar tanto quanto outras drogas, como defendem alguns especialistas. Mas é a porta de entrada. Desafio qualquer ‘especialista’ a ir a uma cracolândia e perguntar ao usuário de crack se antes de se tornar um viciado ele não começou dando um ‘tapinha’ num cigarrinho de maconha. Cerca de 90% dos usuários de crack começam assim.

Em dezembro, o governo do Uruguai, além de liberar o consumo, tomou para si o trabalho dos traficantes e, também, vai produzir e vender maconha. A alegação do governo é a redução da criminalidade.

Não sei se é uma ingenuidade, um despreparo ou falta de conhecimento acreditar que uma lei que regula a produção e a venda — e libera o consumo — vai conseguir reduzir a criminalidade, ou acabar com o narcotráfico, já que 80% da renda do tráfico vem da cocaína e derivados.

A única certeza é que a liberação da maconha vai provocar um aumento considerável do número de viciados. O Uruguai pode estar assinando a certidão de óbito, no longo prazo, de milhares de jovens. A liberação da maconha pode prejudicar toda uma geração.

Rodrigo Bethlem é secretário municipal de Governo e presidente do Conselho Municipal Antidrogas

Você pode gostar