Por thiago.antunes

Rio - Chegou o Carnaval! A festa tem o estilo carioca e é sempre muito bem-vinda, especialmente por aquecer o comércio e o mercado hoteleiro. Mas a folia também traz à tona um problema urbano. Nessa época, a Prefeitura do Rio registra significativo aumento do recolhimento de lixo descartado indevidamente, o que representa sobrecarga no sistema de coleta, além de gastos extras com limpeza urbana.

Os dados nada positivos para a cidade crescem ano a ano. De acordo com a Comlurb, no Carnaval passado foram recolhidas 770 toneladas de dejetos nos espaços por onde a Festa de Momo passou, o que representa 20% a mais do que em 2012. Somente dentro do Sambódromo, local onde havia lixeiras espalhadas em pontos estratégicos, foram retiradas 40 toneladas de lixo. Retratos da falta de responsabilidade de muitos participantes dos festejos, que acabam prejudicando a festa dos demais e o município onde moram.

Quem sofre as consequências da ‘ressaca de sujeira’ é, logicamente, o morador da cidade. Enfrenta mau cheiro, insetos atraídos pelo odor e outros efeitos da poluição, como enchentes e deslizamentos, que muitas vezes culminam em mortes. Um preço caro pelo mau hábito, tão enraizado na cultura do brasileiro, de descartar o lixo no chão. A população também é responsável pela conservação das áreas públicas, e mantê-las limpas é essencial para o bem-estar de todos.

O procedimento de lavagem das ruas, nos dias que sucedem os desfiles, demanda maior quantidade de trabalhadores e de consumo de produtos de limpeza. Além de causar prejuízos para a administração municipal, representa desperdício de água potável. Estamos falando de dinheiro público, que sai do bolso do contribuinte e que poderia ser aplicado em unidades públicas, como escolas e hospitais.

Esse ano, os foliões têm um motivo a mais para não atirar lixo nas ruas. De acordo com uma lei municipal, a prefeitura pode multar quem for pego praticando tal ato. É necessário que todos tenham consciência de que o lugar do lixo é na lixeira. Os dejetos descartados no chão são os mesmos que entopem os canais de escoamento da água e provocam tragédias. A poluição é nossa inimiga, e para combatê-la é necessária a participação de todos.

Carlos Aguilar é superintendente da Estre no Rio de Janeiro

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